Mundialíssimo https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br Notícias internacionais explicadas tintim por tintim Fri, 24 Jan 2020 11:05:46 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Veja cinco votações na América do Sul para ficar de olho em 2020 https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2020/01/24/veja-cinco-votacoes-na-america-do-sul-para-ficar-de-olho-em-2020/ https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2020/01/24/veja-cinco-votacoes-na-america-do-sul-para-ficar-de-olho-em-2020/#respond Fri, 24 Jan 2020 11:01:37 +0000 https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/files/2020/01/4b71e8ad2a75008321320adca4b07b7b5bac6143c7ed85c265bbe04236e75aa8_5d9373e1c80c1-320x213.jpg https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/?p=3494 Após atravessar um período de turbulência política no final de 2019, a América do Sul se prepara para um ciclo eleitoral intenso neste ano que se inicia.

Há eleições programadas para diferentes esferas de governo e até mesmo um plebiscito sobre uma nova Constituinte, em votações que devem testar a vitalidade das instituições democráticas em vários países da região.

Veja as cinco principais votações que ocorrerão na América do Sul em 2020:

1. Eleições legislativas extraordinárias no Peru – 26 de janeiro

O Peru abrirá o calendário eleitoral sul-americano neste domingo (26) com eleições legislativas extraordinárias. O pleito será realizado quase quatro meses depois de o presidente Martín Vizcarra anunciar o fechamento do Congresso, medida controversa adotada em resposta aos esforços da oposição fujimorista para emplacar juízes alinhados a seu projeto político no Tribunal Constitucional do país. 

A votação será um teste da força política de Keiko Fujimori, líder da oposição e filha do ex-ditador Alberto Fujimori (1990-2000), que deixou a prisão em novembro após passar 13 meses detida por envolvimento no escândalo de corrupção do grupo Odebrecht. Ela, que não é candidata nestas eleições, busca manter uma bancada numerosa no Congresso para chegar com mais força na disputa presidencial de 2021.

2. Plebiscito sobre Constituinte no Chile – 26 de abril

Após uma onda de protestos que deixou mais de 20 mortos desde outubro, o Chile vai às urnas em abril para decidir se quer uma nova Constituição –a carta atual data do período da ditadura do general Augusto Pinochet (1973-1990). 

No plebiscito, também será decidido o modelo de confecção da nova Constituição, caso os eleitores optem de fato por trocá-la: se por meio de uma Assembleia Constuinte eleita exclusivamente por voto direto ou se por um modelo em que o Congresso também eleja representantes para participar do processo. Qualquer que seja o resultado, a votação deverá entrar para os livros de história do país.

3. Reedição da eleição presidencial na Bolívia – 3 de maio

Já em maio, a Bolívia realizará um repeteco das eleições presidenciais de outubro, que foram anuladas após suspeitas de fraude em um processo que culminou na renúncia do então presidente Evo Morales sob pressão das Forças Armadas.

A votação decidirá o futuro do país, que desde então é governado interinamente pela presidente autoproclamada Jeanine Añez. Morales está proibido de concorrer novamente ao cargo, e seu partido MAS (Movimento ao Socialismo) recentemente anunciou a candidatura presidencial de Luis Arce, ex-ministro da Economia.

4. Eleições municipais no Brasil – 4 e 25 de Outubro

Eleitores dos 5.564 municípios brasileiros vão às urnas em 4 de outubro para escolher novos prefeitos e vereadores. Moradores de cidades com mais de 200 mil eleitores poderão ser convocados novamente no dia 25 do mesmo mês caso haja necessidade de eleição em segundo turno.

A votação será o primeiro teste nas urnas de Jair Bolsonaro desde que ele foi eleito presidente, em outubro de 2018. O mandatário, que abandonou o PSL, partido pelo qual foi eleito, agora tenta para criar uma nova agremiação, a Aliança pelo Brasil, a tempo de lançar candidatos a prefeituras em todo o país. Um êxito de Bolsonaro ajudaria a consolidar o domínio da direita no maior país da região.

5. Eleições legislativas na Venezuela – 6 de dezembro

No fim do ano, a Venezuela realizará eleições para a Assembleia Nacional, que é a última instituição democraticamente eleita no país. O pleito deverá acirrar a disputa entre o ditador Nicolás Maduro e o presidente autoproclamado Juan Guaidó, que lidera a oposição.

É improvável que a votação ocorra de maneira justa, visto que Maduro recrudesceu o controle sobre as instituições do país após a vitória da oposição nas eleições legislativas de 2015. Desde então, não foram realizadas eleições livres no país. A Venezuela vive uma grave crise econômica que já levou mais de 4 milhões de pessoas a fugirem do país.

O blog Mundialíssimo volta à ativa após uma breve pausa. O que você quer ler por aqui em 2020? Envie sugestões, elogios e críticas para daniel.avelar@grupofolha.com.br.

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Veredito sobre templo disputado é má notícia para democracia na Índia https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2019/11/13/veredito-sobre-templo-disputado-e-ma-noticia-para-democracia-na-india/ https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2019/11/13/veredito-sobre-templo-disputado-e-ma-noticia-para-democracia-na-india/#respond Wed, 13 Nov 2019 12:57:02 +0000 https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/files/2019/11/india-320x213.jpg https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/?p=3462 Passou praticamente despercebido na imprensa brasileira, mas a Índia assistiu no fim de semana ao desfecho de uma disputa histórica entre hindus e muçulmanos, confirmando tendências preocupantes no tratamento dispensado às minorias religiosas nesta que é a maior democracia do mundo.

No sábado (9), a Suprema Corte indiana autorizou a construção de um templo hindu no local onde ficava uma mesquita destruída por uma multidão de fanáticos há quase três décadas. A decisão, há muito aguardada, foi amplamente interpretada como uma vitória para os partidários do nacionalismo hindu, movimento liderado pelo primeiro-ministro Narendra Modi.

Para entender o veredito, é preciso revisitar o dia 6 de dezembro de 1992, quando uma turba de nacionalistas hindus, instigada por líderes políticos e religiosos, atacou a mesquita Babri, na cidade de Aiódia, no norte do país. O local de culto islâmico, construído no século 16, veio abaixo em poucas horas, dando sequência a confrontos sectários em todo o país que deixaram mais de 2.000 mortos, em sua maioria muçulmanos.

Os seguidores do hinduísmo, que compõem 80% dos 1,3 bilhão de habitantes da Índia, acreditam que o terreno em que a mesquita Babri foi erguida no século 16 é também o local de nascimento de Ram, uma das principais divindades hindus. Nacionalistas hindus buscavam construir um templo ali e poderão fazê-lo após a decisão da Suprema Corte.

O premiê Modi descreveu o veredito como “um novo alvorecer” para a Índia. Sua agremiação, o BJP (Partido do Povo Indiano, na sigla em hindi), lidera desde os anos 1980 a campanha pela transformação da mesquita Babri em um templo hindu.

SECULARISMO EM XEQUE

A sentença, unânime, também estabeleceu que a demolição foi ilegal, determinando que uma nova mesquita seja erguida em outro terreno em Aiódia. Críticos apontam que a decisão acaba por premiar a atitude violenta dos nacionalistas hindus e oferece certa legitimidade a atos de perseguição contra minorias religiosas.

“O país está se encaminhando para virar uma nação hindu”, disse o parlamentar oposicionista Asaduddin Owaisi, que é muçulmano, de acordo com a agência de notícias Reuters. A Constituição indiana estabelece que o país é uma democracia secular, sem uma religião oficial.

A vitalidade de uma democracia se mede pela capacidade em fazer valer a vontade da maioria, mas também pelo tratamento dispensado às minorias, que devem ter seus direitos assegurados. O governo de Modi, no poder desde 2014, já vinha adotando medidas que põem em xeque os direitos das minorias religiosas. 

Em agosto, o premiê decretou o fim da autonomia de Jammu e Caxemira, única região de maioria muçulmana no país –desde então, os moradores dali vivem sob estado de sítio e sem poder se comunicar com pessoas de fora.

“Os muçulmanos na Índia temem que isto seja de fato o começo de uma reimaginação da Índia em que muçulmanos sejam cidadãos de segunda classe, conforme preconizam os supremacistas de direita”, escreveu a jornalista indiana Ranna Ayyub, que é muçulmana, sobre o veredito da disputa de Aiódia em artigo de opinião para o Washington Post. Sua família fugiu da Índia em 1993, após a onda de ataques desencadeada pela demolição da mesquita Babri.

“Uma mensagem contundente foi enviada aos mais de 200 milhões de muçulmanos no país, de que eles devem aguentar toda humilhação e injustiça com o silêncio esperado de cidadãos inferiores”, acrescentou Ayyub.

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Aviso https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2019/10/21/aviso-2/ https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2019/10/21/aviso-2/#respond Mon, 21 Oct 2019 11:48:26 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/?p=3432 Nesta semana, excepcionalmente, não haverá publicações no blog.

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Qual é o risco de uma guerra entre Estados Unidos e Irã? https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2019/06/17/qual-e-o-risco-de-uma-guerra-entre-estados-unidos-e-ira/ https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2019/06/17/qual-e-o-risco-de-uma-guerra-entre-estados-unidos-e-ira/#respond Mon, 17 Jun 2019 16:51:04 +0000 https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/files/2019/06/ira-320x213.jpg https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/?p=3160 O mundo assistiu, nos últimos meses, a uma intensa troca de hostilidades entre os Estados Unidos e o Irã, criando temores de uma nova guerra envolvendo a maior potência militar do planeta no Oriente Médio.

Os EUA acusam o Irã de apoiar grupos terroristas no Oriente Médio e de buscar desenvolver armas nucleares. Por sua vez, o regime iraniano nega as acusações e diz que Washington quer provocar instabilidade na região.

Entenda a escalada da tensão entre EUA e Irã:

1. Irã ameaça romper com acordo nuclear

O regime de Teerã disse nesta segunda-feira (17) que pretende aumentar seu estoque de urânio enriquecido, violando um acordo assinado em 2015 com potências mundiais para impedir que o país persa pudesse desenvolver bombas nucleares.

O anúncio é uma resposta às sanções financeiras impostas pelos Estados Unidos desde que o presidente Donald Trump decidiu abandonar o tratado nuclear, em maio de 2018. As sanções americanas atingem as exportações de petróleo, principal fonte de renda do Irã.

As autoridades iranianas dizem que seu programa nuclear tem fins pacíficos, e pedem que potências europeias criem mecanismos para que o país possa acessar o sistema financeiro internacional, garantindo a sobrevivência do acordo nuclear.

“É um momento crucial, e a França ainda pode trabalhar com outros signatários do acordo e ter papel histórico em salvar o pacto em um curto período de tempo”, afirmou nesta segunda-feira o presidente do Irã, Hassan Rouhani, de acordo com a agência de notícias Fars.

2. Ataques no golfo de Omã geram apreensão

Os EUA acusam o Irã de orquestrar ataques contra dois navios petroleiros no golfo de Omã na última quinta-feira (13); incidentes parecidos foram registrados na região em maio.

O Irã nega responsabilidade pelos ataques. Em resposta ao que vê como hostilidade americana, o país ameaça interromper o tráfego de embarcações pelo estreito de Hormuz, por onde passam quase 20% de todo o petróleo consumido no mundo.

O governo americano diz que tomará as ações necessárias para garantir a navegação no Oriente Médio. “Não queremos guerra … Os iranianos devem entender muito claramente que vamos continuar a tomar ações que impeçam o Irã de adotar esse tipo de comportamento”, declarou no domingo (16) o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, à emissora Fox News.

A estratégia americana para lidar com o Irã é incerta. O presidente Trump diz querer firmar um novo acordo de paz com o país persa, mas a escalada retórica de sua administração vai no sentido contrário.

3. Tensões remontam à Revolução Islâmica de 1979

A inimizade entre os EUA e o Irã remonta à Revolução Islâmica de 1979, que derrubou o regime do xá Reza Pahlevi, monarca aliado dos americanos. No ano seguinte, o governo de Washington deu apoio ao então ditador iraquiano, Saddam Hussein, em sua incursão contra a república islâmica inaugurada pelo aiatolá Ruhollah Khomeini –a guerra entre o Irã e o Iraque terminou em impasse depois de oito anos, deixando mais de 1 milhão de mortos.

Atualmente, o Irã é liderado pelo aiatolá Ali Khamenei, sucessor de Khomeini. O regime iraniano é acusado de reprimir dissidentes, além de subjugar mulheres e minorias religiosas.

Nos últimos anos, novas guerras no Oriente Médio azedaram ainda mais a relação entre americanos e iranianos. O regime de Teerã oferece apoio ao ditador Bashar al-Assad na guerra civil na Síria, e é acusado de financiar os rebeldes houthis no conflito no Iêmen. Além disso, o país é aliado da milícia xiita libanesa Hizbullah, considerada um grupo terrorista pelos EUA.

As desavenças entre Washington e Teerã geram o risco de guerra. “Todos os ingredientes para uma escalada estão presentes”, diz um relatório de maio do think tank americano International Crisis Group. “Mesmo supondo que nenhum dos lados busque a guerra, o crescimento dos atritos em todas as áreas de risco entre as duas partes significa que intenções podem não bastar para preveni-la”.


Os jornalistas encarregados do noticiário internacional precisaremos reaprender nosso ofício sem a presença de Clóvis Rossi, que morreu na sexta-feira (14) aos 76 anos. Sua voz lúcida e sua defesa intransigente da democracia farão muita falta.

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Aviso https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2019/05/03/aviso/ https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2019/05/03/aviso/#respond Fri, 03 May 2019 14:09:37 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/?p=3121 O blogueiro está de férias. O blog volta em junho.

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Entrega de ajuda humanitária gera risco de conflito na Venezuela; entenda https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2019/02/22/entrega-de-ajuda-humanitaria-gera-risco-de-conflito-na-venezuela-entenda/ https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2019/02/22/entrega-de-ajuda-humanitaria-gera-risco-de-conflito-na-venezuela-entenda/#respond Fri, 22 Feb 2019 15:08:51 +0000 https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/files/2019/02/vene-320x213.jpg https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/?p=2951 O fim de semana promete tensão na fronteira com a Venezuela. A tentativa de entrega de ajuda humanitária, prevista para este sábado (23), é novo capítulo da ofensiva regional contra o regime de Nicolás Maduro.

Simpatizantes da oposição venezuelana pretendem marchar até as fronteiras com a Colômbia e o Brasil para buscar toneladas de alimentos e medicamentos. A iniciativa foi articulada pelo autoproclamado presidente interino Juan Guaidó e seus parceiros em Washington, Bogotá e Brasília.

O ditador Maduro vê o movimento como um pretexto para intervenção militar. Na quinta-feira (21), ele ordenou o fechamento da fronteira com o Brasil por tempo indeterminado e ameaçou fazer o mesmo na divisa com a Colômbia.

Veja perguntas e respostas sobre a tentativa de entrega de ajuda humanitária na Venezuela:

1. O que Guaidó pretende alcançar com a iniciativa?

Desde que se declarou presidente interino da Venezuela, em janeiro, Guaidó recebeu o apoio de dezenas de países. Ele lidera a Assembleia Nacional de maioria opositora e se apresenta como alternativa a Maduro, que foi reeleito para um segundo mandato presidencial em votação com indícios de fraude.

A autoridade de Guaidó dentro do país, no entanto, é limitada, pois ele fracassou em obter respaldo de parcelas expressivas das Forças Armadas. A iniciativa de entrega de ajuda humanitária aumenta a pressão sobre os militares, que precisarão decidir entre acatar as ordens de Maduro ou desrespeitá-las para permitir a passagem de comida.

Além da caravana humanitária no sábado, está previsto um show beneficente com vários artistas internacionais nesta sexta-feira (22) em Cúcuta, na Colômbia. O palco foi montado a poucos metros da fronteira com a Venezuela.

2. Qual a posição do governo Bolsonaro?

Aliado de Guaidó, o presidente Jair Bolsonaro ofereceu apoio logístico para que caminhões venezuelanos busquem suprimentos em Pacaraima e Boa Vista, em Roraima. O capitão reformado manteve a operação apesar do anúncio do fechamento da fronteira por Maduro.

Segundo a Folha apurou, os EUA cogitavam enviar tropas para o Brasil e queriam que as Forças Armadas brasileiras participassem da operação de entrega de ajuda à Venezuela. A iniciativa tinha o respaldo de setores do governo, inclusive do chanceler Ernesto Araújo, mas foi rechaçada pelo Exército, que teme a escalada para um conflito.

O vice-presidente Hamilton Mourão foi escolhido para representar o Brasil na reunião do Grupo de Lima, que articula a resposta regional à crise na Venezuela. O encontro será realizado na segunda-feira (25) em Bogotá.

3. Por que há risco de conflito?

A entrega de ajuda humanitária à Venezuela tem todos os ingredientes de uma tempestade perfeita, e seus desdobramentos dependerão da reação das Forças Armadas do país. Caso os militares desacatem as ordens de Maduro e garantam a entrega de suprimentos, a autoridade do ditador será gravemente abalada.

Por outro lado, o Exército poderá permanecer fiel ao líder chavista e usar a força para impedir que os apoiadores de Guaidó busquem ajuda do outro lado da fronteira. A repressão poderia desencadear uma reação regional, encabeçada pelo Brasil e pela Colômbia com o respaldo de 1.000 soldados americanos estacionados em solo colombiano; Maduro conta com o apoio da Rússia e da China.

A Venezuela enfrenta uma recessão brutal que provoca o desabastecimento de produtos básicos –mais de 2,3 milhões de venezuelanos fugiram nos últimos anos. No poder desde 2013, Maduro é acusado de violar os direitos humanos, reprimindo manifestações de rua e prendendo líderes opositores.

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Veja o que esperar da política internacional em 2019 – parte 2 https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2018/12/27/veja-o-que-esperar-da-politica-internacional-em-2019-parte-2/ https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2018/12/27/veja-o-que-esperar-da-politica-internacional-em-2019-parte-2/#respond Thu, 27 Dec 2018 14:00:13 +0000 https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/files/2018/07/Bola-e1531833035731-320x213.jpg https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/?p=2826 Atenção: este post é uma continuação do texto que foi ao ar na quarta-feira (26), o qual pode ser acessado aqui.

andeiras de Israel e Brasil erguidas perto da embaixada brasileira em Israel
Promessa de Bolsonaro de transferir embaixada para Jerusalém causa apreensão sobre a relação com países árabes (Crédito: – Jack Guez/AFP)

6. Israel: possível transferência da embaixada brasileira

Uma das promessas de Jair Bolsonaro para a política externa é a aproximação com Israel. Nesse sentido, o presidente eleito pretende transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém. A cidade santa abriga os prédios da administração israelense, mas não é reconhecida como capital pela maioria da comunidade internacional pois é objeto de disputa territorial com os palestinos.

A iniciativa do capitão reformado segue os passos de Donald Trump, que ordenou a transferência da embaixada americana para Jerusalém em maio, provocando protestos de palestinos. Diferentemente dos Estados Unidos, o Brasil tem muito a perder caso efetive esta decisão simbólica –a eventual transferência da embaixada pode gerar retaliação por parte de países árabes, grandes importadores de proteína animal brasileira. De qualquer forma, os afagos de Bolsonaro são bem recebidos pelo premiê israelense, Binyamin Netanyahu, que enfrenta crescente isolamento interno e arrisca perder o posto nas eleições gerais, antecipadas para abril.

7. Síria: o epílogo da guerra civil

Com os últimos grupos rebeldes encurralados na província de Idlib, o ditador Bashar al-Assad já é considerado vitorioso na guerra civil que assola a Síria desde 2011. O conflito deixou mais de 500 mil mortos e é epicentro de disputas geopolíticas entre potências regionais.

No entanto, a guerra pode prosseguir em novas frentes. Na semana passada, o presidente Donald Trump surpreendeu seus aliados ao ordenar a retirada das tropas americanas em solo sírio –os Estados Unidos vinham dando suporte às forças curdas, que lideram a campanha contra a organização terrorista Estado Islâmico no norte do país. Sem o apoio americano, os curdos ficam mais vulneráveis a ataques da Turquia, que enfrenta uma insurgência da mesma minoria étnica em seu próprio território. Os curdos dizem cultivar um modo de vida democrático e igualitário nas regiões que ocupam na Síria.

Marine Le Pen, líder da legenda ultranacionalista União Nacional, da França (Crédito: Benoit Tessier/Reuters)

8. União Europeia: eleições podem dar fôlego à extrema direita

A Europa enfrentará um novo teste da força dos movimentos de extrema direita nas eleições para o Parlamento Europeu, marcadas para maio. Ancorados em discurso xenófobo, partidos populistas obtiveram votações expressivas em pleitos recentes em importantes países do bloco, como França, Alemanha e Itália.

Nas últimas eleições para o Parlamento Europeu, em 2014, partidos de extrema direita conquistaram um recorde de 52 assentos, mas ainda representam uma minoria entre os 751 eurodeputados. Um novo avanço de agremiações ultranacionalistas pode colocar em xeque o já combalido projeto de integração regional da União Europeia, baseado em valores liberais.

9. Argentina: pressionado, Macri busca reeleição

O presidente Mauricio Macri inicia o último ano de seu mandato sob pressão, após mergulhar a Argentina em recessão e pedir socorro ao FMI (Fundo Monetário Internacional). O programa de austeridade econômica aplicado por Macri é altamente impopular, o que pode dificultar sua empreitada pela reeleição nas eleições de outubro.

Uma das possíveis candidatas no pleito é a ex-presidente Cristina Kirchner (2007 – 2015), que atualmente ocupa uma cadeira no Senado. No entanto, a líder peronista enfrenta inquéritos por corrupção e corre o risco de ser presa. Um eventual duelo entre Macri e Kirchner dará aos dois últimos ocupantes da Casa Rosada uma oportunidade de defender seus legados perante o eleitorado.

O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, sorri durante sessão do Congresso na Cidade do Cabo (Crédito: Mike Hutchings - 15.fev.2018/AP)
O presidente Cyril Ramaphosa (Crédito: Mike Hutchings – 15.fev.2018/AP)

10. África do Sul: desafio nas urnas ao partido de Mandela

O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, buscará um novo mandato nas eleições gerais, previstas para maio. Ramaphosa chegou ao poder em fevereiro, após seu antecessor Jacob Zuma renunciar em meio a escândalos de corrupção.

O pleito será um teste para o Congresso Nacional Africano (CNA), partido do ex-presidente Nelson Mandela. A agremiação domina a política do país desde 1994, quando teve fim o regime de segregação racial conhecido como Apartheid. No entanto, a legenda enfrenta crescente impopularidade devido a sucessivos casos de corrupção e a sua incapacidade em solucionar os problemas crônicos de desigualdade socioeconômica do país. Os principais rivais de Ramaphosa nas eleições deverão ser Mmusi Maimane, da liberal Aliança Democrática, e Julius Malema, dos esquerdistas Lutadores pela Liberdade Econômica.

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Vladimir Putin é estrela de novo programa dominical em TV russa https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2018/09/03/vladimir-putin-e-estrela-de-novo-programa-dominical-em-tv-russa/ https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2018/09/03/vladimir-putin-e-estrela-de-novo-programa-dominical-em-tv-russa/#respond Mon, 03 Sep 2018 15:55:25 +0000 https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/files/2018/09/putin-320x213.jpg https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/?p=2550 O presidente da Rússia, Vladimir Putin, é a estrela de um novo programa dominical da TV estatal Rossiya 1.

O primeiro episódio do programa “Moscou. Kremlin. Putin” foi ao ar em horário nobre neste domingo (2). Durante uma hora, o programa mostrou as atividades cotidianas do presidente, incluindo seu período de férias em montanhas na Sibéria no mês passado.

O programa não poupou elogios a Putin, exaltando qualidades pessoais do líder russo, como seu amor pelas crianças e sua forma física.

“Putin não ama apenas crianças, ele ama pessoas em geral”, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, em um trecho do programa sobre a situação dos jovens no país. “Ele é uma pessoa muito humana”.

Sobre as férias do presidente na Sibéria, o porta-voz lembrou que a região é habitada por ursos selvagens. “Há seguranças armados adequadamente, por precaução. Porém, se um urso vir Putin –eles não são idiotas— irá se comportar corretamente”, brincou Peskov.

Reeleito em março com 76,7% dos votos, Putin, 65, tem enfrentado abalos à sua popularidade devido a um projeto de lei que aumentaria a idade mínima para aposentadoria.

Desde que Putin chegou ao poder na Rússia, em 2000, o Kremlin aumentou o controle sobre emissoras públicas, que já dedicam boa parte de sua cobertura ao presidente.

O governo nega influência sobre o novo programa televisivo. Nesta segunda (3), Peskov disse a jornalistas que a produção de “Moscou. Kremlin. Putin” foi ideia da própria emissora, e que o programa foi feito de maneira equilibrada.

 

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O mundo está mudando; o ‘Mundialíssimo’ também https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2018/08/02/o-mundo-esta-mudando-o-mundialissimo-tambem/ https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2018/08/02/o-mundo-esta-mudando-o-mundialissimo-tambem/#respond Thu, 02 Aug 2018 10:00:40 +0000 https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/files/2018/08/trump-kim-320x213.jpg https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/?p=2452 São tempos de mudança e, a partir desta quinta-feira (2), o blog “Mundialíssimo” terá nova direção.

Após quase quatro anos e 184 postagens à frente do blog, o repórter Diogo Bercito se despede da plataforma e parte para novas aventuras. Quem quiser continuar acompanhando seu trabalho poderá sempre encontrá-lo no blog “Orientalíssimo”.

O novo autor da página sou eu, Daniel Avelar. Entre 2015 e 2017, trabalhei como repórter da editoria Mundo desta Folha. Sou graduado em Relações Internacionais pela Universidade de São Paulo e, atualmente, sou mestrando em jornalismo de guerra e conflito pelo programa Erasmus Mundus.

Mudam as mãos por trás do blog, mas não seu propósito. O leitor ou a leitora continuará encontrando aqui publicações que explicam, tintim por tintim, fatos importantes e curiosos do noticiário internacional.

Desde que foi inaugurado, em setembro de 2014, o “Mundialíssimo” acompanhou algumas das principais mudanças pelas quais o mundo passou. Relembre, abaixo, acontecimentos importantes no período e que foram registrados no blog:

1. O GOVERNO DE DONALD TRUMP

Contrariando todas as previsões, Donald Tump foi eleito presidente dos Estados Unidos em novembro de 2016. Ao chegar ao poder, o republicano centrou fogo sobre imigrantes e refugiados, deu voz a setores de extrema-direita nos EUA e gerou atritos com aliados europeus. Entretanto, uma de suas principais promessas de campanha –construir um muro ao longo da fronteira com o México— ainda não saiu do papel. Relembre:

5 livros para entender o governo de Donald Trump

2. CRISE DE REFUGIADOS NA EUROPA

O aumento do fluxo de refugiados em direção a países europeus nos últimos anos gerou uma crise humanitária no Mediterrâneo e contribuiu para que partidos xenófobos aumentassem sua influência no continente. Ainda assim, o número de pedidos de asilo tem caído e a Europa está longe de ser a região mais afetada pela crise. Relembre:

Qual é a dimensão real da tal crise de refugiados na Europa?

3. “BREXIT”

A decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia, tomada em plebiscito em junho de 2016, segue gerando incertezas sobre o futuro do país. Enquanto o governo da primeira-ministra Theresa May enfrenta dificuldades para negociar os termos da retirada do bloco europeu, cidadãos britânicos e estrangeiros aguardam com receio as mudanças que estão por vir. Relembre:

Artista britânico resume brexit em seis ilustrações

4. ASCENSÃO E DECLÍNIO DO EI

Em 2014, o mundo assistiu ao impressionante avanço da facção terrorista Estado Islâmico sobre porções da Síria e do Iraque, desestabilizando o Oriente Médio e inspirando radicais a realizar atentados ao redor do mundo. Com o apoio da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, tropas da região expulsaram os extremistas de seus principais bastiões nos últimos anos. Ainda que com recursos bastante reduzidos, a facção segue ativa. Relembre:

O que é o Estado Islâmico?

5. DISTANCIAMENTO ENTRE RÚSSIA E OCIDENTE

Nos últimos quatro anos, o relacionamento entre a Rússia de Vladimir Putin e países do Ocidente, que já vinha se deteriorando, piorou. Além das intervenções de Moscou nos conflitos na Ucrânia e na Síria, contribuíram para o distanciamento diplomático as acusações de que o governo russo interferiu nas eleições americanas em 2016 e envenenou um ex-espião em solo britânico em março –o Kremlin nega responsabilidade pelos incidentes. Relembre:

7 tuítes do governo russo provocando o Reino Unido

6. DETERIORAÇÃO DA CRISE NA VENEZUELA

Sob o ditador Nicolás Maduro, a Venezuela enfrentou nos últimos anos a deterioração da situação econômica e humanitária. A crise tem provocado o desabastecimento de itens básicos, gerado protestos violentos e intensificado a pressão de países da região contra o regime chavista. Relembre:

O que ler para entender a crise na Venezuela?

E aí, sobre quais assuntos você gostaria de ler neste blog? Entre em contato comigo pelo e-mail daniel.avelar@grupofolha.com.br.

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Por que Angela Merkel ainda não formou o seu governo, quase 4 meses após as eleições alemãs? https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2018/01/15/por-que-angela-merkel-ainda-nao-formou-o-seu-governo-quase-4-meses-apos-as-eleicoes-alemas/ https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2018/01/15/por-que-angela-merkel-ainda-nao-formou-o-seu-governo-quase-4-meses-apos-as-eleicoes-alemas/#respond Mon, 15 Jan 2018 15:45:20 +0000 https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/files/2018/01/Merkel-e1516030989480-180x69.jpg http://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/?p=1842 Os mundialíssimos leitores deste blog e desta Folha devem se lembrar que em 24 de setembro alemães foram às urnas em suas eleições. Mas já se passaram quatro meses desde então e a chanceler, Angela Merkel, ainda não formou seu próximo governo — arrepiando seus aliados na União Europeia, acostumados a ver na Alemanha o compasso político desse bloco econômico.

Merkel avançou algumas casas no tabuleiro no dia 12 de janeiro, quando conseguiu um pré-acordo com o rival, Martin Schulz, para uma coalizão. Mas o trato não é definitivo e o governo pode estrear só em abril. Ou seja, um semestre após o pleito. “Zwischen Immer und Nie”, tomando emprestada a expressão em alemão do poeta Paul Celan (1920-1970). “Entre sempre e nunca.”

MAS QUANDO ESSE IMPASSE COMEÇOU?
Em 24 de setembro, quando os alemães votaram em suas eleições. O partido CDU (União Cristã-Democrata), de Merkel, obteve 32,9% dos votos em sua aliança com a sigla bávara CSU. O segundo lugar ficou com o SPD (Partido Social-Democrata), de Martin Schulz, com 20,5% . A formação de direita ultranacionalista AfD (Alternativa para a Alemanha) teve 12,6% — a surpresa do pleito.

O QUE ESSES NÚMEROS SIGNIFICAM?
Que ela precisa entrar em uma coalizão para poder governar — o que, aliás, tem sido a praxe na Alemanha. Somente aliada a outras forças Merkel terá a maioria necessária no Parlamento.

MAS SE É A PRAXE, QUAL É O PROBLEMA?
Merkel governa há 12 anos, em 8 dos quais esteve aliada ao SPD de Martin Schulz. Essa aliança é conhecida como “grande coalizão” na Alemanha. A aliança com a conservadora CDU, porém, pode ter prejudicado o partido social-democrata, que teve seu pior resultado em décadas. Com isso em mente, Schulz decidiu voltar à oposição e não montar um governo com Merkel de imediato.

MAS ESSA ERA A ÚNICA OPÇÃO DELA?
Não. Sem Schulz, Merkel tentou fazer uma aliança com os Verdes e com os liberais do partido FDP. Essa ideia de coalizão era apelidada de “Jamaica”, porque as cores das três siglas remetem à bandeira do país. As negociações, no entanto, fracassaram. Sem a opção jamaicana, Merkel se viu com três saídas: governar em minoria, aceitar novas eleições — ou voltar a negociar com o SPD.

O QUE ELA FEZ?
Voltou a negociar com o SPD. O pré-acordo de 12 de janeiro, ao qual Merkel chegou depois de semanas, precisa agora ser aprovado na conferência social-democrata do dia 21 e destrinchado entre os partidos. Apesar da pressa de Merkel, o governo pode ser inaugurado apenas em abril.

POR QUE A PRESSA?
A Alemanha é a maior economia europeia. Com o fim do mandato de Barack Obama na Presidência dos EUA, Merkel tem sido vista como a líder natural de uma certa cultura política. Em anos de crescente populismo e de desafios ao sistema, é natural que seus aliados estejam ansiosos à espera de um governo estável na Alemanha. O presidente francês, Emmanuel Macron, é um deles: ele se elegeu em maio prometendo reformar a União Europeia, mas não pode fazer isso sem Berlim.

MAS A ALEMANHA ESTÁ SEM GOVERNO HOJE?
Não. Na verdade, analistas insistem em que toda essa ansiedade é desmedida. A Constituição alemã prevê esses períodos entre eleições e a formação de um governo. O gabinete anterior segue em exercício com os mesmos poderes e sem prazo. Merkel continua sendo chanceler, na aliança com o SPD, até a formação do novo governo. O país, portanto, não está paralisado nestes meses.

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