Mundialíssimo https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br Notícias internacionais explicadas tintim por tintim Fri, 24 Jan 2020 11:05:46 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Após onda de protestos na França, descontentamento com Macron vai a 75% https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2019/01/04/apos-onda-de-protestos-na-franca-popularidade-de-macron-cai-para-25/ https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2019/01/04/apos-onda-de-protestos-na-franca-popularidade-de-macron-cai-para-25/#respond Fri, 04 Jan 2019 10:30:05 +0000 https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/files/2019/01/macron-1-320x213.jpg https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/?p=2839 A impopularidade do presidente francês, Emmanuel Macron, subiu para 75%, revelou pesquisa de opinião realizada pelos institutos Odexa e Dentsu Consulting, publicada na quinta-feira (3) pelo jornal Le Figaro e pelo site Franceinfo.

No levantamento anterior, realizado em abril, 59% dos franceses se diziam insatisfeitos com o governo.

Nos últimos meses, os protestos antiausteridade dos chamados coletes amarelos causaram desgaste para Macron, que se viu forçado a recuar em um projeto de aumento de impostos sobre combustíveis.

Além disso, o líder francês lida com um escândalo envolvendo um ex-segurança, que foi filmado agredindo manifestantes nos protestos de 1º de maio e demitido posteriormente.

Segundo a pesquisa, a popularidade de Macron caiu tanto entre habitantes de zonas rurais e pequenas cidades, berço do movimento dos coletes amarelos, quanto nas grandes cidades.

Ainda assim, entre os simpatizantes do partido de Macron, a República Em Marcha!, 86% se dizem satisfeitos com o governo.

Manifestante com colete amarelo participa de confronto com a polícia perto da Champs Elysees, em Paris (Crédito: Zakaria Abdelkafi-08.dez.2018/AFP)

TESTE DE FOGO PARA A UE

Novato em eleições, Macron chegou à Presidência em maio de 2017 após conquistar 66% dos votos, derrotando Marine Le Pen, da ultranacionalista Reunião Nacional (chamada na época de Frente Nacional). Desde então, ele vem gradualmente perdendo popularidade.

Ex-banqueiro, Macron é visto como retaguarda do projeto liberal da União Europeia (UE), diante da perda de espaço dos partidos sociais-democratas tradicionais e do avanço de legendas ultraconservadoras e eurocéticas pelo continente.

O próximo teste de resistência da UE se dará em maio, quando deverão ocorrer as próximas eleições para o Parlamento Europeu. Um avanço de agremiações populistas no pleito pode representar um novo choque para o bloco regional.

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Entenda os protestos dos ‘coletes amarelos’, que desafiam o governo na França https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2018/12/03/o-que-sao-os-coletes-amarelos-protestos-que-desafiam-o-governo-na-franca/ https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2018/12/03/o-que-sao-os-coletes-amarelos-protestos-que-desafiam-o-governo-na-franca/#respond Mon, 03 Dec 2018 09:00:33 +0000 https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/files/2018/12/merlin_147268611_4c172051-5532-4e2a-a09c-b59d908b20a7-superJumbo-320x213.jpg https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/?p=2773 Uma série de protestos na França motivados pelo aumento de impostos sobre combustíveis colocou o presidente Emmanuel Macron sob pressão inédita. As manifestações, iniciadas há três semanas, têm sido enfrentadas com forte repressão policial.

Entenda o que são os protestos dos “coletes amarelos”:

  1. Protestos são os mais violentos da última década

As manifestações têm bloqueado ruas e estradas em todo o país, e em alguns casos têm sido foco de vandalismo e enfrentamento com as forças de segurança. No sábado (1º), houve tumulto e depredação nas ruas de Paris, na região do Arco do Triunfo, um dos principais pontos turísticos da capital francesa –o monumento chegou a ser pichado com os dizeres “os coletes amarelos triunfarão”.

Em Paris e em outras localidades, a polícia usou gás lacrimogêneo e jatos d’água para dispersar a massa, deixando 263 pessoas feridas em todo o país –só na capital, 133 se machucaram, incluindo 23 policiais, e 412 manifestantes foram detidos.

A França não via protestos tão violentos pelo menos desde 2005, quando jovens descendentes de imigrantes organizaram manifestações contra o desemprego e a violência policial nas periferias urbanas.

  1. Movimento teve início em cidades do interior

A França tem uma longa tradição de greves e protestos, particularmente nas grandes cidades. Desta vez, porém, o movimento teve origem espontânea em cidades do interior, com déficit de transporte público e, portanto, onde os trabalhadores são mais afetados pelo aumento dos preços dos combustíveis –o preço do diesel subiu 23% no último ano, enquanto a gasolina ficou 15% mais cara.

As manifestações evoluíram e incorporaram outras pautas, incluindo a insatisfação com o valor do salário mínimo e com as políticas de austeridade do governo Macron. O movimento tem como símbolo os coletes amarelos, uma referência à vestimenta de alta visibilidade que motoristas franceses são obrigados a levar em seus carros e usar em caso de acidente de trânsito.

  1. Governo Macron avalia implementar estado de emergência

Neste domingo (2), após retornar da reunião do G20 em Buenos Aires, Macron participou de uma reunião de emergência de seu gabinete e visitou locais depredados em Paris na véspera.

Integrantes do governo acusam setores de extrema direita e extrema esquerda de incitar a violência nos protestos. Marine Le Pen, líder da ultranacionalista União Nacional (antiga Frente Nacional), e Jean-Luc Melénchon, dirigente da esquerdista França Insubmissa, declaram apoio aos manifestantes e sugerem a realização de eleições parlamentares antecipadas como solução para a crise.

Macron disse que “jamais aceitará a violência” e ordenou que aliados comecem a negociar com os manifestantes, ainda que não tenha dado sinais de que pretende atender às suas reivindicações. O presidente justifica o aumento dos preços dos combustíveis enquanto medida necessária para desestimular o transporte individual e reduzir as emissões de gases-estufa, mas opositores dizem que a medida serve para atender aos interesses do mercado.

Em entrevista, um porta-voz do governo deu a entender que Macron avalia implementar estado de emergência para coibir novas manifestações. A medida foi adotada pela última vez em novembro de 2015, após os atentados do grupo terrorista Estado Islâmico em Paris, que deixaram 130 mortos.

  1. Coletes amarelos inspiram protestos em outros países

Pesquisas de opinião mostram que os manifestantes na França contam com amplo apoio da sociedade. Uma nova onda de protestos foi marcada para o próximo sábado (8).

Inspirados pelos coletes amarelos franceses, manifestantes organizaram protestos similares na Bélgica, Holanda e Alemanha. Caso acumule força nas próximas semanas, a mobilização pode vir a impulsionar iniciativas antiausteridade na Europa.

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Por que Macron e o premiê italiano estão citando Dostoiévski? https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2018/06/06/por-que-macron-e-o-premie-italiano-citaram-dostoievski/ https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2018/06/06/por-que-macron-e-o-premie-italiano-citaram-dostoievski/#respond Wed, 06 Jun 2018 10:24:52 +0000 https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/files/2018/06/Dostoievski-e1528274373427-320x213.jpg http://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/?p=2279 Nas últimas semanas, dois líderes europeus citaram o escritor russo Fiódor Dostoiévski (1821-1881): o presidente francês, Emmanuel Macron, e o recém-empossado premiê italiano, Giuseppe Conte. A coincidência foi pescada pela revista americana Atlantic, que se perguntou se “a Europa está passando por um momento Dostoiévski”. Pode ser. A citação explorada por ambos os líderes nos ajuda a entender seu apelo. O escritor russo disse em 1880 que:

Os povos da Europa não têm ideia do quão queridos são para nós. Acredito que nós, os russos futuros, compreenderemos que se transformar em um genuíno russo significa finalmente buscar a reconciliação de todas as controvérsias europeias, demonstrar a solução à ânsia europeia em nossa alma russa tão humanitária e tão unificadora. Sim, o destino russo é de uma maneira incontestável europeu e universal.

Dostoiévski queria, ao proferir essas palavras diante da estátua do lendário poeta russo Pushkin, defender a ideia de um universalismo russo. Como explica a Atlantic, ele conseguiu convencer ambos os bandos daquela época: os defensores de uma identidade eslava e os entusiastas de uma aproximação com o ocidente europeu. “Duas escolas de pensamento que ainda ressoam hoje”, afirma a revista.

Macron –um presidente algo intelectual, afeito a citar filósofos– recuperou esse discurso ao se reunir com o líder russo, Vladimir Putin, no mês passado. “Todos nós temos contradições europeias a resolver com os nossos povos”, disse, acenando a Dostoiévski. Queria, assim, fortalecer a relação entre França e Rússia com base nessa referência.

O presidente francês assumiu o cargo em 2017 com uma retórica bastante dura contra Putin. Sugeriu que o líder russo havia incentivado uma campanha de desinformação durante as eleições do ano passado, por exemplo, e chegou a proibir alguns meios russos de assistir à sua posse no Louvre. Ao mesmo tempo, porém, Macron insistiu desde o início de seu mandato na necessidade de a França se reaproximar da Rússia, nestes anos de atritos entre Moscou e a União Europeia.

Macron e Putin em 25 de maio, em São Petesburgo. Crédito Dmitri Lovetsky/Reuters

Já o italiano Conte manejou o discurso de Dostoiévski de maneira mais atabalhoada diante do Senado, buscando uma mensagem de “elites contra o povo” que não estava no texto original. Ele reclamou dos críticos ao seu governo, que descrevem os partidos reinantes 5 Estrelas e Liga como populistas. “Se ‘populismo’ é a atitude da classe governante para ouvir as necessidades do povo, e aqui me inspiro em Dostoiévski e Pushkin, se ser ‘antissistema’ significa introduzir um novo sistema, então essas forças políticas merecem essa descrição.”

Mas Conte, como Macron, tinha um objetivo em comum ao pinçar a fala de Dostoiévski: sinalizar a abertura de seu país a Moscou, algo prometido durante a campanha do 5 Estrelas e da Liga. Seu governo defende o fim das sanções econômicas contra a Rússia, um gesto em desalinho com a política de aliados como a Alemanha e o Reino Unido.

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6 análises sobre o populismo para ler em 2018 https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2017/12/29/6-analises-sobre-o-populismo-para-ler-em-2018/ https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2017/12/29/6-analises-sobre-o-populismo-para-ler-em-2018/#respond Fri, 29 Dec 2017 18:28:38 +0000 https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/files/2017/12/Reading-e1514571878414-180x57.jpg http://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/?p=1811 Depois de o Reino Unido decidir em junho deixar a União Europeia e de os EUA elegerem Donald Trump em novembro de 2016, o mundo chegou a 2017 discutindo os avanços do populismo na política. Essa ideologia, comum a ambos os eventos históricos, foi um dos fantasmas deste ano.

Já prestes a atravessar o umbral de 2018, o globo continua atento a essa tendência que marcou também as recentes eleições na Alemanha, na França e na Áustria — onde aliás um governo foi formado neste mês incluindo um partido de extrema direita, sendo alvo de pedidos de boicote.

O populismo deve continuar em pauta nos próximos meses e reaparecer, por exemplo, no pleito italiano de março. Sendo assim, este Mundialíssimo blog aproveita o Ano-Novo para sugerir seis análises sobre o tema publicadas em veículos como a Folha, o “Washington Post” e o “El País”.

POPULISMO LATINO
Luciana Coelho, editora de “Mundo” na Folha, publicou uma análise traçando o cenário internacional de 2018. “Após dois anos de assustador avanço do populismo nos EUA e na Europa, 2018 será o ano de o Brasil e seus vizinhos de América Latina serem postos à prova, com quatro eleições importantes na região e uma aguardada transição de poder em Cuba”, ela escreveu.

TENDÊNCIA EM PAUSA
O articulista Charles Krauthammer argumentou no diário americano “Washington Post” que a onda populista do “brexit” e de Trump arrefeceu durante 2017, com importantes derrotas, por exemplo, na Holanda e na França. “Em retrospecto, o pânico quanto ao populismo pode ter sido exagerado”, escreveu. “Sobre o ‘brexit’, por exemplo, o choque exagerou seu significado.”

FALSA PROMESSA
Discordando de Krauthammer, citado nominalmente no texto, a “Foreign Policy” argumenta em um artigo recente que o populismo tem crescido desde 2016 e não demonstra sinais de desacelerar. Partidos populistas europeus tinham em média 9,6% dos votos em 2000, 17,2% em 2008 e têm agora 24,6%, segundo as contas da “FP” — que desenvolveu seu próprio método, descrito no texto.

BOA SAÚDE
O jornal francês “Le Monde” identifica uma “boa saúde” do populismo durante 2017. “É muito cedo para soar as trompetas e anunciar o refluxo da corrente anti-migração, anti-globalização e eurocética”, segundo o editorialista Alain Frachon. “A extrema direita está no poder na Polônia, na Hungria, na República Tcheca, em progresso na Holanda e chegou ao governo na Áustria.”

RECESSÃO DEMOCRÁTICA
Antón Costas faz um balanço de 2017 no jornal espanhol “El País” e diz que vivemos uma “recessão democrática” desde o voto no “brexit” em junho de 2016. Sua interessante tese é de que a crise financeira mundial de 2008 não causou apenas dano às economias, mas também à democracia.

O QUE É POPULISMO?
O “Guardian” sugere um livro sobre o populismo, fenômeno que o jornal britânico diz ser a “característica política definidora da nossa era”. “É claro que todo político quer ser popular. Mas o populismo é caracterizado por uma lógica interna bastante específica que ameaça as fundações da democracia”, diz o diário. A obra resenhada é “O Que É Populismo”, de Jan Werner Muller.

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Esses dois políticos fizeram comentários polêmicos sobre judeus e o Holocausto em uma semana https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2017/04/13/holocausto/ https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2017/04/13/holocausto/#respond Thu, 13 Apr 2017 14:28:10 +0000 https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/files/2017/04/LePen-e1492093385317-180x84.jpg http://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/?p=1488 O secretário de imprensa da Casa Branca, Sean Spicer, deixou o mundo pasmo na terça-feira (11) ao dizer que nem mesmo alguém deplorável como Adolf Hitler havia usado armas químicas durante um conflito — quando, na verdade, as câmaras de gás do regime nazista mataram milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Ele tentou corrigir o comentário, imediatamente mal recebido, ao dizer que ao menos Hitler não estava utilizando o gás como uma arma contra seu próprio povo. O que obviamente também não é verdade, a não ser que você pense que os judeus não eram parte da população alemã. Não bastasse o desconforto já causado, ele disse ainda que judeus eram enviados a “centros de Holocausto”, referindo-se aos campos de concentração.

A menção aos “centros de Holocausto” foi transformada, durante o dia, em chacota. Uma imagem divulgada no Twitter incluía essa descrição no infame letreiro de um campo de concentração.

Spicer tentava enfatizar o quão sérias são as acusações americanas contra o regime sírio, que teria atacado civis com armas químicas na semana passada. Mas a comparação entre Hitler e o sírio Bashar al-Assad, de tão estapafúrdia, levou a graves críticas durante a semana. O Museu do Memorial do Holocausto dos EUA publicou no Twitter um vídeo com as imagens da libertação de um campo de concentração na Alemanha em abril de 1945. O diretor-executivo do Centro Anne Frank para o Respeito Mútuo, Steven Goldstein, pediu a demissão do porta-voz da Casa Branca por ter negado o Holocausto, “uma das formas mais ofensivas imagináveis de ‘fake news'”.

Esse episódio já seria preocupante o suficiente se não tivesse sido somado a outro comentário político sobre o Holocausto. Marine Le Pen, que concorre à Presidência da França, negou no domingo (9) que a França tem responsabilidade pela concentração de mais de 13 mil judeus em Paris para serem enviados a campos. “Acho que, de maneira geral, se alguém tem responsabilidade, são aqueles que estavam no poder durante aquele período, e não a França”, disse a líder do partido de extrema direita Frente Nacional. O presidente socialista francês, François Hollande, já admitiu a participação do país nesse crime, assim como o ex-presidente Jacques Chirac. Emmanuel Macron, rival de Le Pen nestas eleições, disse que os comentários dela foram “um sério erro”.

Segundo uma reportagem publicada recentemente pelo jornal americano “Washington Post”, “mais de sete décadas depois de sua morte, parece impossível escapar do fantasma de Adolf Hitler”. O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, tem criticado as “práticas nazistas” dos governos europeus que impediram comícios de seus ministros, por exemplo, e um membro do Partido Trabalhista britânico foi recentemente suspenso por dizer que Hitler apoiava o sionismo.

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3 trajes de banho que incomodariam os franceses mais do que o burquíni https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2016/08/31/3-trajes-de-banho-que-incomodariam-os-franceses/ https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2016/08/31/3-trajes-de-banho-que-incomodariam-os-franceses/#respond Wed, 31 Aug 2016 14:00:20 +0000 https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/files/2016/08/burkini-180x130.jpg http://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/?p=1248 Na praia, franceses têm dito “ah la la” diante das mulheres muçulmanas que se cobrem para entrar na água. O chamado “burquíni”, traje de banho que deixa só rosto e mãos à mostra, foi proibido em diversos municípios costeiros, incluindo Cannes e Nice. A medida, defendida pelo premiê francês Manuel Valls, tem sido criticada nas últimas semanas.

O “burquíni” mistura no nome o biquíni com a burca, veste muçulmana que cobre corpo e rosto. Líderes franceses afirmam que o traje não está de acordo com os valores da República e que representa a opressão da mulher. Mulheres muçulmanas, por sua vez, se dizem perseguidas por sua cultura. O autor deste Orientalíssimo blog conversou recentemente com Aheda Zanetti, criadora da peça. “Eles não vão conseguir nos impedir de nos vestir ou de nos desvestir”, disse. “Nós, mulheres muçulmanas, vamos fazer o que quisermos.”

Nesse contexto, o jornal americano “Washington Post” fez um provocante levantamento — que outras vestimentas incomodariam os franceses, na praia? “Enquanto a controvérsia sobre o veto francês ao burquíni segue, muitas pessoas em outras partes do mundo podem ser perdoadas por perguntar: qual é o problema de se cobrir?”

Três exemplos:

JAPÃO

Mulheres cobrem todo o corpo no Japão com material resistente aos raios solares para proteger sua pele. Segundo o diário americano, elas se banham ao lado de mulheres de biquíni, e ninguém se importa. A prática também é corrente na Coreia do Sul.

CHINA

Preocupadas em manter a pele branca, em um país que não valoriza o bronzeado, algumas mulheres chinesas cobrem o rosto com o que foi apelidado pela mídia americana de “facekini” — mistura de “rosto” com “biquíni”, em inglês. Elas não são muçulmanas, diz o tuíte abaixo, elas só não gostam de bronzear-se. A prenda foi inventada em 2014, em Qingdao.

AUSTRÁLIA

Terra da criadora do burquíni, a Austrália tem tradição de cobrir-se na praia. Há preocupação quanto aos raios ultra-violeta, pois o buraco na camada de ozônio é especialmente danoso ali. O “Washington Post” diz que, na Austrália, duas a cada três pessoas serão diagnosticadas com câncer de pele aos 70 anos — um cenário que pode ser combatido protegendo-se do sol. Australianos também se preocupam com águas-vivas.

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