Mundialíssimo https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br Notícias internacionais explicadas tintim por tintim Fri, 24 Jan 2020 11:05:46 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Condenação de ex-policial reacende debate sobre justiça racial nos EUA https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2019/10/03/condenacao-de-ex-policial-reacende-debate-sobre-justica-racial-nos-eua/ https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2019/10/03/condenacao-de-ex-policial-reacende-debate-sobre-justica-racial-nos-eua/#respond Thu, 03 Oct 2019 13:15:03 +0000 https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/files/2019/10/guyger-320x213.jpg https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/?p=3393 A condenação de uma ex-agente de polícia branca pelo assassinato de seu vizinho negro reacendeu o debate sobre justiça racial nos Estados Unidos nesta semana.

Na quarta-feira (2), um júri no Estado americano do Texas decidiu sentenciar Amber Guyger, 31, a dez anos na prisão por homicídio doloso (quando há a intenção de matar).

O julgamento chamou a atenção do país por ser um dos raros casos em que agentes de segurança sofreram as consequências na Justiça após matarem vítimas negras desarmadas.

Em 6 de setembro de 2018, Guyger entrou no apartamento de seu vizinho Botham Jean, na cidade de Dallas, e disparou contra ele. Jean tinha 26 anos e estava sentado no sofá de sua casa tomando sorvete enquanto assistia à TV.

A defesa de Guyger diz que ela entrou no lar de Jean por engano e atirou contra ele pensando se tratar de um invasor. Com isso, os advogados esperavam conseguir uma condenação por homicídio doloso (quando não há intenção de matar), sujeito a penas mais brandas.

Do lado de fora do tribunal, alguns ativistas protestaram após o anúncio da sentença, considerada curta —a promotoria pedia uma pena de 28 anos atrás das grades.

Já dentro da corte, Brandt Jean, irmão da vítima, abraçou Guyger e disse tê-la perdoado: “Eu não pretendia dizer isso na frente da minha família ou de ninguém, mas eu nem gostaria que você fosse para a cadeia … Eu quero o melhor para você”.

JUSTIÇA RACIAL

Policiais americanos matam aproximadamente mil pessoas por ano, de acordo com estimativas recentes. Cidadãos negros correm três vezes mais perigo de serem mortos pela polícia que pessoas brancas.

No entanto, a condenação de agentes de segurança que extrapolam suas prerrogativas não é uma regra. Um estudo divulgado em março mostrou que, desde 2005, apenas 35 policiais receberam sentenças por mortes provocadas em serviço; destes, apenas três agentes foram condenados por homicídio doloso.

Especialistas apontam que a alta impunidade para policiais que atiram contra pessoas inocentes se deve a falhas do sistema de Justiça, especialmente no processo de seleção de jurados.

O júri que decidiu condenar Guyger neste semana era composto por uma maioria expressiva de pessoas não brancas, o que é incomum.

“Embora algumas pessoas vejam este veredito como uma prova de que o sistema mudou, … a condenação de Guyger é uma anomalia”, escreveu para o site de notícias Vox a ativista Brittany Packnet, fundadora da Campaign Zero, movimento contra a violência policial.

“Ao menos que os integrantes do júri possam identificar o medo, o terror e a dor que Botham Jean deve ter sentido, mas não está vivo para contar, julgamentos de policiais carecerão do contexto necessário para fazer justiça.”

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Autobiografia de Snowden detalha como os EUA espionaram o mundo https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2019/09/20/autobiografia-de-snowden-detalha-como-os-eua-espionaram-o-mundo/ https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2019/09/20/autobiografia-de-snowden-detalha-como-os-eua-espionaram-o-mundo/#respond Fri, 20 Sep 2019 19:04:43 +0000 https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/files/2019/09/snowden-1-320x213.jpg https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/?p=3370 Esqueça os equipamentos mirabolantes dos filmes do agente secreto James Bond. Hoje em dia, a principal arma de espionagem é o smartphone, computador ou tablet em que você está lendo este texto.

Parece obra de ficção, mas não é. Se hoje nós sabemos que as nossas comunicações digitais podem estar sendo monitoradas a todo instante, isso se deve, em parte, ao esforço de Edward Snowden, ex-agente da NSA (Agência de Segurança Nacional americana) que veio a público em 2013 para delatar um sistema de vigilância em massa que ajudara a montar nos anos anteriores.

Os detalhes do escândalo de espionagem que mudou para sempre nossa relação com a tecnologia ocupam as páginas de “Eterna Vigilância”, a recém-publicada autobiografia de Snowden. A versão em português foi lançada pela editora Planeta (o título original é “Permanent Record”).

“Nas profundezas de um túnel sob uma plantação de abacaxis –uma antiga fábrica de aviões da época de Pearl Harbor–, eu me sentava diante de um terminal do qual tinha acesso praticamente ilimitado às comunicações de quase todos os homens, mulheres e crianças da Terra que fizessem uma ligação ou usassem um computador”, conta Snowden na obra, descrevendo o tempo em que trabalhou em uma base secreta no Havaí.

O livro conta a trajetória do garoto nerd que cresceu na cidade de Elizabeth City, na Carolina do Norte, e passou trabalhar como freelancer para a NSA e a CIA (serviço secreto americano), até que sua decisão de vazar segredos de Estado o forçou a viver no exílio.

Nascido em 1983, Snowden faz parte de uma geração que acompanhou a internet e os computadores em sua fase de crescimento. Pessoas como ele foram moldadas pelas novas tecnologias ao passo em que ajudavam a desenvolvê-las.

No livro, Snowden relembra o passado idílico do mundo interconectado que oferecia oportunidades infinitas. Ele lamenta que o anonimato online tenha sido substituído pela perda quase completa de privacidade, e que a colaboração voluntária entre indivíduos que marcava os primórdios da internet tenha dado lugar a uma cultura digital pautada pelos interesses comerciais de uns poucos conglomerados de mídia.

É neste abismo entre o sonho do que a internet poderia ter sido e o pesadelo em que ela se tornou que reside a frustação de Snowden, e que o motivou a pôr tudo em risco quando decidiu revelar os segredos da NSA.

PRIVACIDADE IMPOSSÍVEL

As informações trazidas à luz do dia por Snowden mostram como o governo dos Estados Unidos, sob a justificativa de combater seus inimigos após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, criou um vasto sistema de coleta de informações pessoais que tornava a privacidade no mundo digital praticamente impossível.

De certa forma, o ato rebelde de Snowden provocou uma crise de identidade nos Estados Unidos, que até então acreditavam ser o guardião da democracia e das liberdades individuais.

O escândalo deixou claro que a maior potência do mundo havia adotado –à revelia da ordem legal e da vontade de seus cidadãos– práticas de espionagem em massa comuns a regimes autoritários, como a China, a União Soviética e a Alemanha nazista.

“Deixa de ser, efetivamente, uma democracia todo governo eleito que dependa da vigilância para manter o controle [de seus cidadãos]”, escreve Snowden. Para o autor, as autoridades de inteligência dos Estados Unidos “hackearam a Constituição”.

O escândalo revelado por Snowden já foi abordado em outras ocasiões, como o livro “Sem Lugar Para Se Esconder”, do jornalista americano Glenn Greenwald, e o documentário “Citizenfour”, da cineasta Laura Poitras (Greenwald e Poitras são também os autores das primeiras reportagens sobre os documentos vazados da NSA por Snowden).

Já “Eterna Vigilância” é a primeira versão do caso contada por seu protagonista. Embora não traga revelações bombásticas, o livro oferece um relato detalhado sobre o funcionamento das agências de inteligência mais poderosas do mundo a partir do ponto de vista de um ex-funcionário que decidiu virar delator.

A delação de Snowden inaugurou um debate global necessário sobre as ameaças às liberdades individuais na era da informação, dando impulso a ferramentas de criptografia de mensagens e a avanços legislativos como o GDPR (Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados), implementado pela União Europeia em 2018.

Por outro lado, desde que as revelações de Snowden vieram à tona, em 2013, as redes sociais se tornaram um lugar mais sombrio, em que nossos dados pessoais passaram a ser explorados por corporações privadas e campanhas políticas interessadas em analisar e influenciar o comportamento de milhões de usuários.

INTERESSE PÚBLICO

Mais de seis anos após ter vindo a público, Snowden segue exilado em uma terra que jamais escolheu, a Rússia, sem saber se e quando poderá voltar em segurança a seu país de origem. Longe de reconhecer qualquer interesse público que tenha motivado sua delação, os Estados Unidos seguem tratando Snowden como um traidor que colocou a segurança da nação em risco.

Lançado na terça-feira (17), “Eterna Vigilância” já provocou reações das autoridades americanas. O Departamento de Justiça entrou, no mesmo dia, com uma ação para reter todos os lucros que resultem da publicação do livro –para o governo americano, Snowden violou as regras da CIA e da NSA, que exigem que seus ex-funcionários submetam suas obras à revisão prévia.

O livro é particularmente interessante para o público brasileiro: entre as revelações de Snowden estava a informação de que o governo americano vinha rastreando as comunicações da então presidente Dilma Rousseff, o que gerou uma crise diplomática sem precedentes entre Brasília e Washington.

Além disso, o caso Snowden atravessa questões importantes debatidas atualmente no Brasil, dos riscos representados por autoridades não eleitas que violam prerrogativas elementares do estado de Direito em nome de combater um mal maior, à legitimidade das ações de hackers e jornalistas que expõem essas violações.

Considere-se Snowden um herói ou um traidor, “Eterna Vigilância” é fundamental para compreender um dos personagens mais interessantes deste início de século, e para entender o potencial criativo e destrutivo das novas tecnologias de comunicação.

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‘Ataques sônicos’ contra americanos em Cuba podem ter sido apenas grilos, diz estudo https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2019/01/08/ataques-sonicos-contra-americanos-em-cuba-podem-ter-sido-apenas-grilos-diz-estudo/ https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2019/01/08/ataques-sonicos-contra-americanos-em-cuba-podem-ter-sido-apenas-grilos-diz-estudo/#respond Tue, 08 Jan 2019 15:01:40 +0000 https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/files/2019/01/cuba-320x213.jpg https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/?p=2850 Meses após a reabertura da embaixada dos Estados Unidos em Cuba em 2015, diplomatas passaram a ouvir um barulho esquisito, acompanhado de dores de cabeça e náusea. Suspeitando tratar-se de um tipo de “ataque sônico”, o Departamento de Estado americano ordenou a retirada de dezenas de seus funcionários da ilha.

A história, que parece saída de um romance de ficção sobre a Guerra Fria, pode ter uma causa bastante trivial: grilos. É o que diz uma dupla de cientistas a partir da análise de uma gravação do ruído, divulgada em 2017 pela agência de notícias Associated Press (AP).

Os autores do estudo, Alexander L Stubbs (EUA) e Fernando Montealegre-Zapata (Reino Unido), afirmam que o canto de um grilo caribenho, Anurogryllus celerinictus, possui características “correspondentes ao conteúdo da gravação publicada pela AP”.

“Isto oferece evidência sólida de que o eco do canto de grilos, e não um ataque sônico ou equipamento tecnológico, seja responsável pelo ruído na gravação”, diz o estudo, publicado na sexta-feira (4). O estudo não passou por sistema de avaliação por pares (“peer review”).

Os cientistas recomendam novas pesquisas sobre “as causas dos problemas de saúde descritos pelos funcionários da embaixada”, sem descartar que outro tipo de ataque ou distúrbios psicológicos estejam por trás dos sintomas relatados. O governo americano não comentou os resultados do estudo.

RELAÇÕES EUA-CUBA

Os primeiros sintomas passaram a ser relatados por diplomatas americanos em Cuba em dezembro de 2016, pouco após a vitória de Donald Trump na corrida presidencial. Nos meses seguintes, o FBI (polícia federal americana) investigou os supostos ataques sônicos, mas não encontrou provas – o regime cubano sempre negou responsabilidade sobre os incidentes.

A retirada gradual de diplomatas americanos da ilha caribenha selou a reversão, prometida por Trump, do processo de aproximação diplomática iniciado por seu antecessor, Barack Obama.

A embaixada americana em Cuba foi reaberta por Obama em julho de 2015, após passar 54 anos fechada. Obama acreditava que a aproximação diplomática com Cuba levaria à abertura gradual da ditadura socialista; a estratégia é rechaçada por Trump, que defende o isolamento da ilha.

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Presidiários dos EUA iniciam greve nesta terça-feira; entenda https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2018/08/20/presidiarios-dos-eua-iniciam-greve-nesta-terca-feira-entenda/ https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2018/08/20/presidiarios-dos-eua-iniciam-greve-nesta-terca-feira-entenda/#respond Mon, 20 Aug 2018 15:00:16 +0000 https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/files/2018/08/prisao-320x213.jpeg https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/?p=2520 Organizações de presidiários nos Estados Unidos iniciam nesta terça-feira (21) uma greve por melhores condições de vida e contra a exploração do trabalho de detentos.

Os organizadores da greve, que deve se estender até 9 de setembro, afirmam que o movimento terá adesão de prisioneiros em até 17 dos 50 Estados do país.

O movimento surgiu como resposta à morte de sete detentos durante uma rebelião na prisão de segurança máxima Lee Correctional Institute, no Estado da Carolina do Sul, em 15 de abril. Ativistas dizem que a tragédia foi resultado da superlotação do local e da negligência das autoridades carcerárias.

As táticas dos grevistas incluem a interrupção de seus trabalhos, o boicote de produtos à venda nas prisões e greve de fome.

Suas principais demandas são melhorias das condições de vida nas carceragens, salários justos para detentos que participem de programas de trabalho e o fim da discriminação contra negros e latinos no sistema de Justiça.

“Demandamos condições de vida humanizadas, acesso à reabilitação, reforma do sistema de sentenças e o fim da escravidão moderna”, afirma um comunicado do Incarcerated Workers Organizing Committee, uma das organizações por trás do movimento.

A menção à “escravidão moderna” se refere à prática, comum nos EUA, de recrutar detentos para trabalhar a salários muito baixos. A 13ª emenda à Constituição do país, que pôs fim à escravidão em 1865, autoriza o trabalho forçado como punição para quem cometer algum crime.

Atualmente, mais de 2,1 milhões de pessoas estão atrás das grades nos EUA –é a maior população carcerária do mundo. O Brasil fica em terceiro lugar, com aproximadamente 700 mil detentos.

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Por que Vladimir Putin deu uma bola para Donald Trump? https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2018/07/17/por-que-vladimir-putin-deu-uma-bola-para-donald-trump/ https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2018/07/17/por-que-vladimir-putin-deu-uma-bola-para-donald-trump/#respond Tue, 17 Jul 2018 13:16:10 +0000 https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/files/2018/07/Bola-e1531833035731-320x213.jpg https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/?p=2414 A entrevista coletiva de Donald Trump e Vladimir Putin na segunda-feira (16), em Helsinque, foi bastante incomum. O presidente americano, por exemplo, negou que o russo tenha interferido em sua eleição em 2016 — ignorando as investigações levadas a cabo em seu país, que apontam justamente o contrário. Ambos deram sinais, ademais, de uma cordialidade incomum entre os líderes das duas nações que disputam a hegemonia global há décadas. Putin chegou a falar no fim da Guerra Fria. Mas um dos momentos mais interessantes do encontro foi a decisão de Putin de presentear Trump com uma bola de futebol, dias depois de encerrar a Copa do Mundo da Rússia.

– Senhor presidente, eu vou lhe dar esta bola – disse Putin, entregando o objeto esférico a Trump – e agora a bola está na sua quadra.
– Isso vai para o meu filho, Barron – respondeu o americano, e depois lançou o presente à mulher – Na verdade, Melania, aqui está.

A própria Casa Branca publicou a cena em sua conta oficial no Twitter:

Não teria sido tão estranho caso o contexto fosse outro, segundo um texto do jornal americano New York Times, em que a repórter Katie Rogers esmiúça o significado do presente. “Em qualquer outra situação diplomática, poderia ter sido engraçado, mesmo insignificante. Mas, nesse caso, de acordo com analistas e legisladores que assistiram à entrevista coletiva, a bola foi uma metáfora para o quanto Putin conseguiu marcar pontos contra o americano nesse exercício diplomático”, escreve Rogers. Um dos entrevistados dela, Brian Taylor, diz que Trump marcou diversos gols contra durante o encontro com o russo — saiu enfraquecido e foi criticado mesmo por seus aliados.

A frase de Putin de que “a bola está na sua quadra” foi provavelmente um revide pelo que o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, havia dito horas antes do encontro em uma mensagem publicada em uma rede social (“a bola está na quadra dos russos”). O embaixador americano na Rússia, Jon Huntsman Jr., havia dito o mesmo recentemente. A expressão funciona melhor em inglês, em que se diz “the ball is in your court” para sugerir que agora cabe ao outro agir.

Mais tarde, em uma entrevista à rede Fox News, Trump disse que “a bola era muito legal, era realmente muito legal”. Em paralelo, analistas nas redes sociais sugeriam que o objeto pudesse estar grampeado e, portanto, não deveria voar aos EUA — ou ao menos precisaria ser estudado antes. Foi o que disse, aliás, o senador republicano Lindsey Graham. Criticando Trump por não ter sido mais duro com Putin, ele comentou sobre o presente: “Se fosse eu, vasculharia a bola em busca de grampos e nunca permitiria que fosse à Casa Branca”.

A ideia não é tão estapafúrdia. Nas últimas semanas da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a União Soviética presenteou o embaixador americano Averell Harriman com um selo de madeira como um gesto de amizade. O artefato foi entregue por jovens soviéticos e passou sete anos no escritório da residência do diplomata até ser descoberto em 1952 — era um grampo e monitorava as conversas. Esse selo é conhecido até hoje, no jargão da espionagem americana, como A Coisa.

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O que esperar da visita de Trump a Bruxelas nesta semana? https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2018/07/10/o-que-esperar-da-visita-de-trump-a-bruxelas-nesta-semana/ https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2018/07/10/o-que-esperar-da-visita-de-trump-a-bruxelas-nesta-semana/#respond Tue, 10 Jul 2018 16:13:01 +0000 https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/files/2018/07/Otan-e1531238479158-320x213.jpg http://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/?p=2385 As cúpulas da Otan, a aliança militar ocidental, não costumam ser dos eventos mais entusiasmantes. Quando os líderes de 29 países como EUA, França, Alemanha e seus amigos se reúnem, procuram apenas reforçar a mensagem central dessa instituição, criada para defender o bloco contra ameaças externas — por muito tempo, a União Soviética.

A participação do presidente americano, Donald Trump, promete no entanto exaltar os ânimos em Bruxelas na reunião deste ano, nesta quarta-feira (11). Trump é um frequente crítico da integração europeia e da aliança militar e tem exigido, desde sua campanha, que a União Europeia incremente suas contribuições para o orçamento de defesa.

Um dia antes da cúpula, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, deu um sinal claro das expectativas de embates. Em um discurso, lançou o que o jornal americano Washington Post chamou de “granada verbal”, pedindo que Trump não confunda aliados com inimigos quando chegar ao bloco europeu. Tusk também publicou uma mensagem na rede social Twitter lembrando o presidente americano de que a União Europeia gasta mais com defesa do que seus rivais. “Espero que você não tenha dúvidas de que esse é um investimento em nossa segurança, o que não pode ser dito com tanta certeza sobre os gastos da Rússia e da China”, escreveu Tusk, com um sorrisinho:

Mas quais devem ser, afinal, as prioridades desta cúpula europeia?

1. EVITAR DISSABORES
O objetivo diplomático principal parece ser evitar mais uma crise, como aquela inaugurada recentemente quando Trump criticou de modo público o premiê canadense, Justin Trudeau — o americano lhe chamou de “desonesto” e de “fraco”. Há a sensação de que, com Trump em cena, esse tipo de situação constrangedora está sempre prestes a ser deflagrada. Caso a cúpula de Bruxelas possa chegar ao fim sem grandes surpresas por parte de Trump, já terá sido um bom resultado.

2. REFORÇAR ALIANÇAS
Os países europeus podem tentar reforçar seus laços com os EUA de Donald Trump, que têm se aproximado da Rússia. Trump se reúne na Finlândia nesta segunda-feira (16) com Vladimir Putin, que é hoje o principal antagonista da União Europeia. Tendo isso em vista, o bloco econômico quer lembrá-lo de que Bruxelas é a sua aliada tradicional — e não Moscou. “É sempre bom saber quem é seu amigo estratégico e quem é seu problema estratégico”, disse Tusk às vésperas da cúpula.

3. FALAR SOBRE O ORÇAMENTO
Os gastos europeus com a defesa são um tema amargo que os líderes do bloco prefeririam evitar. Mas essa é uma conversa que eles precisam ter com os EUA. As reclamações americanas não são novas, nem foram inventadas durante o mandato de Trump. Seu antecessor, Barack Obama, também pedia que os europeus contribuíssem mais aos cofres — há a sensação de que os EUA não podem arcar sozinhos com a Otan. O objetivo de Trump é conseguir que os países europeus cumpram até 2024 a meta de gastar 2% do PIB na defesa. A Alemanha, porém, hoje investe 1,3% de sua economia nessa área e só quer chegar a 1,5%. No tuíte reproduzido abaixo em inglês, Trump diz: “Os países da Otan precisam pagar MAIS, os EUA precisam pagar MENOS. Muito injusto!”

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O que a Europa pode fazer para salvar o acordo nuclear iraniano? https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2018/05/09/o-que-a-europa-pode-fazer-para-salvar-o-acordo-nuclear-iraniano/ https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2018/05/09/o-que-a-europa-pode-fazer-para-salvar-o-acordo-nuclear-iraniano/#respond Wed, 09 May 2018 13:43:00 +0000 https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/files/2018/05/Trump-e1525872953715-320x213.jpg http://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/?p=2145 Uma metáfora geográfica para resumir o noticiário internacional desta semana: a placa tectônica americana se afastou um pouco mais da europeia na terça-feira (8) com a decisão do presidente Donald Trump de abandonar o acordo nuclear com o Irã. O anúncio feito em Washington, afinal, desafiou os extensos esforços diplomáticos da União Europeia e colocou em risco o que era até então um projeto conjunto. O pacto havia sido negociado em 2015 por Barack Obama.

Os três principais países europeus –França, Alemanha e Reino Unido– responderam ao discurso de Trump e insistiram em que vão manter, sozinhos, o trato com o Irã. É sua saída para evitar que o governo de Teerã não deixe o pacto e volte a investir em seu programa nuclear.

Mas como isso pode ser feito? Este Mundialíssimo tenta explicar:

1. QUAL É A TESE DO ACORDO NUCLEAR?
O pacto firmado em 2015 sob a liderança de Obama –e ainda em vigor– exige que o Irã interrompa seu programa nuclear. Em contrapartida, o acordo oferece a suspensão de uma série de sanções econômicas impostas ao país. A tese é de que, sem aquelas sanções, firmas internacionais podem fazer negócio em Teerã e, assim, beneficiar a população local. Nesse cálculo, o governo iraniano poderia ter mais interesse em sua abertura econômica do que em seu programa nuclear.

2. SE É TÃO BOM, POR QUE HÁ RESISTÊNCIA?
Porque o acordo não parece favorável a todos os atores envolvidos. Há desconfiança de que o Irã tenha a intenção de produzir um arsenal nuclear, algo visto por Israel como uma ameaça existencial — não à toa o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, fez campanha pela saída americana do acordo. Em seu discurso de terça-feira, Trump descreveu o regime iraniano como um parceiro pouco confiável para o pacto.

3. OS LÍDERES EUROPEUS CONCORDAM COM ISSO?
Não. A avaliação feita pelos líderes da União Europeia é de que o acordo nuclear vinha funcionando. Por isso houve tamanho esforço, com visitas oficiais feitas pelo presidente francês, Emmanuel Macron, e pelo chanceler britânico, Boris Johnson. Criticando a posição americana, eles descreveram o pacto como a única maneira de evitar que o Irã retomasse as suas tão temidas ambições nucleares.

4. COMO A EUROPA PODE REAGIR AO ANÚNCIO?
Em uma nota conjunta, os governos de França, Alemanha e Reino Unido disseram que vão garantir que o pacto seja preservado. Para que isso seja cumprido, esses países precisam garantir que a tese do acordo — descrita no primeiro item deste post — se mantenha. Ou seja, que o governo iraniano continue a avaliar que há vantagens em suspender seu programa nuclear, aceitando em troca benefícios econômicos.

5. MAS QUAL É O PROBLEMA NESSA ESTRATÉGIA?
Voltando ao que dissemos no primeiro item, o problema é que os benefícios econômicos dependem da suspensão das sanções. Mesmo que os países europeus não introduzam suas próprias sanções ao Irã, ainda assim os bloqueios americanos podem ter um efeito decisivo para minar a estratégia. A ameaça são as chamadas “sanções secundárias”, que afetam não só um país mas também quem negocie com ele. Se uma empresa alemã exportar ao Irã, por exemplo, pode ser punida pelos EUA. O próprio embaixador americano em Berlim disse isso na terça — em um tuíte recebido com alguma surpresa, aliás.

6. O QUE EXATAMENTE PODE SER DETERMINANTE?
Um dos indícios do futuro do acordo será a atuação das empresas europeias que tinham começado a fazer negócio no Irã ou planejavam fazê-lo em breve. Essas firmas precisam decidir como vão atuar em um ambiente agora potencialmente hostil aos seus interesses — um fator-chave nesse sentido será a extensão das tais sanções secundárias. A pergunta que os empresários provavelmente estão se fazendo neste momento é: “Se mantiver meus negócios no Irã, vou ser multado?”

7. COMO A EUROPA PODE RESPONDER NESTE PONTO?
Maja Kocijančič, uma porta-voz da UE para os assuntos externos, disse na terça-feira que o bloco está “trabalhando em planos para proteger os interesses das empresas europeias”. Isso já foi feito no passado. Em 1996, o Congresso americano aprovou sanções à Líbia e ao Irã e, em resposta, os europeus legislaram para que a medida não tivesse efeito legal para as firmas europeias. Segundo o jornal britânico Guardian, a UE também ameaçou naquele ano levar o caso à Organização Mundial do Comércio. Como resultado, os EUA parcialmente recuaram.

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Quem é a camponesa espanhola que se parece com Trump? https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2018/04/25/quem-e-a-camponesa-espanhola-que-se-parece-com-trump/ https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2018/04/25/quem-e-a-camponesa-espanhola-que-se-parece-com-trump/#respond Wed, 25 Apr 2018 11:20:06 +0000 https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/files/2018/04/TrumpGalicia-320x213.png http://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/?p=2070 A legenda para as duas fotos acima poderia ser: “Donald Trump, à esquerda”.

O presidente americano, que foi fotografado nesta semana cavoucando a Casa Branca com uma enxada, tem uma sósia a um oceano de distância — a camponesa galega Dolores Leis, também retratada com a ferramenta em mãos. Não há nenhum parentesco. Ao menos se diz.

A imagem, publicada pelo jornal La Voz de Galicia, causou uma histeria virtual na Espanha e circulou de maneira tão intensa no aplicativo de mensagens Whatsapp que chegou a ser considerada uma montagem, ou um “fake news”, no jargão destes anos. O diário El País teve de publicar uma reportagem insistindo em que não, a foto não é falsa.

A história chegou à revista americana Newsweek, que descreve Dolores Leis e o presidente Trump como “gêmeos separados ao nascer”. Repórteres marcharam rumo ao vilarejo de Cabana de Bergantiños, na Galícia, para conhecer a anciã com o rosto daquele afamado republicano. O jornal La Voz de Galicia, que havia descoberto essa curiosa figura, passou a publicar histórias sobre as histórias sobre as histórias — por exemplo, sobre como Dolores Leis já não quer mais ser fotografada. “Não há dúvidas de que existe uma semelhança mais do que razoável”, diz o diário galego em uma reportagem recente.

Dolores Leis nasceu em Coristanco em 1948, dois anos depois de Trump. Casada há 40 anos, vive em Cabana de Bergantiños, de 4.000 habitantes, plantando batata. Tal como o presidente americano, ela se preocupa com a chegada de estrangeiros — a diferença é que ela se ressente dos insetos guatemaltecos que devoram suas colheitas, e não de mexicanos. Em vez de planejar um muro em torno de sua chácara, quer drenar um pântano das redondezas, sugere a “Newsweek”. A expressão “drenar o pântano”, usada por Trump, tem nos Estados Unidos o sentido de consertar o governo e eliminar a corrupção.

“Minha foto viajou para bem longe”, Dolores Reis disse em uma entrevista ao jornal galego. “Eu acho que é pela cor do meu cabelo…”

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5 perguntas sobre o ataque químico na Síria https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2018/04/18/5-perguntas-sobre-o-suposto-ataque-quimico-na-siria/ https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2018/04/18/5-perguntas-sobre-o-suposto-ataque-quimico-na-siria/#respond Wed, 18 Apr 2018 11:26:02 +0000 https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/files/2018/04/Siria-e1524050493120-320x213.jpg http://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/?p=2038 Com as acusações de outro ataque químico na Síria, culminando nos recentes bombardeios liderados pelos EUA, vocês Mundialíssimos leitores talvez evoquem uma pergunta legítima: o regime sírio ainda tem um arsenal químico? Afinal, alguns de nós se lembram que a Opaq (Organização para a Proibição de Armas Químicas) recebeu o Nobel da Paz de 2013 devido a seu trabalho de desarmamento químico na Síria.

O debate em torno desse tema é fundamental para os próximos episódios da guerra civil síria, iniciada em 2011, e também influencia as relações entre potências como EUA, Rússia, Irã, França e Reino Unido. Mas o que de fato sabemos sobreo caso? Vejam abaixo cinco pontos:

Douma, na Síria. Crédito Bassam Khabieh/Reuters

DE QUE ATAQUE QUÍMICO ESTAMOS FALANDO?
O ataque em questão — “suposto” porque alguns atores políticos disputam sua veracidade — foi registrado em 7 de abril na cidade síria de Douma, um bastião rebelde. A Organização Mundial da Saúde afirmou que cerca de 500 pessoas foram tratadas por “sinais e sintomas condizentes com a exposição a produtos químicos tóxicos”. Ao menos 43 pessoas morreram devido a essa exposição, segundo a organização. EUA e aliados culpam o regime sírio de Bashar al-Assad.

MAS A SÍRIA AINDA TEM ARMAS QUÍMICAS?
O jornal britânico Guardian fez essa mesma pergunta nesta quarta-feira (18). Após um ataque químico em 2013, a Síria concordou em eliminar seu arsenal. Havia ameaças de um ataque americano, nunca realizado. Uma comissão conjunta entre ONU e Opaq supervisionou a destruição de um estoque de 1.300 mil toneladas. Em 2016, foi declarada a eliminação completa do arsenal. Mas havia já naquela época a suspeita de que 10% dos estoques estivessem escondidos.

QUEM DISCORDA DE QUE A SÍRIA É A CULPADA?
A Rússia tem insistido em que o ataque químico de Douma foi forjado. É a versão na boca de seus porta-vozes e na imprensa controlada por Moscou. Circulam nas redes sociais imagens sugerindo que os vídeos do ataque foram encenados — algo descartado, no entanto, por quem está no terreno na Síria, entre eles, jornalistas e grupos humanitários. A embaixadora do Reino Unido nas Nações Unidas, Karen Pierce, afirmou que as acusações russas são uma “mentira grotesca”.

HÁ REALMENTE ESPAÇO PARA A DÚVIDA?
Depende de a quem vocês perguntarem. Há algum consenso entre potências como EUA e França de que Assad é culpado. Mas diversas vozes alertam alguma cautela. Entre elas, a do jornalista brasileiro Guga Chacra, que escreveu uma coluna ao jornal O Globo sobre como uma ação química de Assad “não tem lógica”. “Para quê, aos 45 do segundo tempo, ele ordenaria um ataque químico cujo único resultado seria provocar os EUA, correndo o risco de ser bombardeado?”

MAS E QUANTO ÀS PROVAS? EXISTEM?
Os EUA e a França dizem ter provas, mas ainda não foram apresentadas evidências concretas relacionando o regime sírio ao ataque. Inspetores da Opaq (Organização para a Proibição de Armas Químicas) tentam agora entrar na região de Douma para recolher informações. A imprensa estatal síria diz que eles já chegaram, mas os EUA negam. Por enquanto, a maior parte das informações é repassada por atores locais.

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Um guia para classificar os tuítes do presidente americano, Donald Trump, em apenas 4 categorias https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2018/01/03/um-guia-para-classificar-os-tuites-do-presidente-americano-donald-trump-em-apenas-4-categorias/ https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2018/01/03/um-guia-para-classificar-os-tuites-do-presidente-americano-donald-trump-em-apenas-4-categorias/#respond Wed, 03 Jan 2018 10:10:32 +0000 https://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/files/2018/01/Trump-e1514974112101-180x70.jpg http://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/?p=1826 A esta altura você, Mundialíssimo leitor, já deve ter se inteirado da recente discussão entre o presidente americano, Donald Trump, e o ditador norte-coreano, Kim Jong-un — culminando na frase “o meu é maior do que o seu”, publicada pelo republicano na rede social Twitter. Aqui:

Esse não foi, é claro, o primeiro nem o último arroubo tuiteiro do presidente americano. O Twitter tem sido uma janela fundamental para acompanhar a política de seu governo, inaugurado há um ano, ao ponto em que o pesquisador George Lakoff desenvolveu sua própria taxonomia para classificar esses tuítes. As mensagens de Trump, argumenta Lakoff, em geral se encaixam em quatro categorias. Lakoff é professor-emérito da Universidade da Califórnia, em Berkeley.

O professor explica a teoria em sua conta no Twitter, em inglês. Aos leitores que preferem o português, este Mundialíssimo blog publica abaixo a tradução das quatro categorias:

1. ENQUADRAMENTO ANTECIPADO
É o nome que o professor dá à tática de Trump de apresentar uma ideia nova para seus seguidores. Por exemplo, o presidente americano escreveu em 7 de janeiro que o Partido Democrata havia perdido por uma grande margem, quando o oposto é verdadeiro. Sua versão, no entanto, vingou.

2. DISTRAÇÃO
Em vez de dar atenção às crises reais atingindo seu governo, Trump abre novos debates com declarações polêmicas. Foi o que fez, segundo Lakoff, quando disse em 9 de janeiro que a premiada atriz norte-americana Meryl Streep é superestimada, depois de ela ter criticado seu governo.

3. DEFLEXÃO
Quando um jornal publica uma história negativa, o presidente americano reage desclassificando toda a imprensa com seu jargão “fake news”. Em 11 de janeiro ele sugeriu que a situação é tão ruim quanto o nazismo. A ideia de que a mídia veicula notícias falsas é adotada por seus eleitores.

4. BALÃO DE TESTE
Com mensagens polêmicas, Trump testa a reação do público. Por exemplo, em 22 de dezembro de 2016, ele sugeriu incrementar os arsenais nucleares, algo duramente criticado por outros governos.

Se vocês discordarem do modelo de Lakoff, já há alternativas circulando — no próprio Twitter. Em uma delas, de Mike Ginn, as quatro categorias são: “louco”, “estúpido”, “inseguro” e “muito café”.

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