Colômbia segue vizinhança e registra protestos contra o governo

A Colômbia registra nesta quinta-feira (21) manifestações contra o governo do presidente Iván Duque, semanas após ondas de protestos sacudirem outros países da América do Sul.

Já pela manhã, a polícia usou gás lacrimogêneo para dispersar manifestantes nas ruas da capital, Bogotá. Também houve protestos em outras cidades do país, como Medellín, Cáli e Baranquilla.

As marchas fazem parte de uma greve geral convocada por vários movimentos sociais, incluindo sindicatos, organizações estudantis e grupos indígenas.

Assim como em protestos recentes no Equador, no Chile e na Bolívia, as autoridades da Colômbia adotaram uma estratégia de enfrentamento com os manifestantes, acusando-os de incitar a violência e o vandalismo.

O presidente Duque assinou na terça-feira (19) um decreto para “preservar a ordem pública” durante os protestos. A medida ordena o fechamento das fronteiras e permite que autoridades locais imponham toque de recolher.

Também na terça, a polícia fez operações contra ativistas em diferentes cidades. Em Bogotá, agentes de segurança cumpriram mandado de busca na sede da revista Cartel Urbano e chegaram a interrogar funcionários da publicação. 

Em nota, a organização colombiana Fundação para a Liberdade de Imprensa descreveu o incidente como uma tentativa de “intimidar e obstruir o trabalho dos jornalistas” na cobertura de protestos. A polícia negou que as buscas tivessem relação com a greve geral.

DEMANDAS DOS MANIFESTANTES

Dentre as demandas dos manifestantes colombianos, estão o aumento dos repasses para a educação pública e o rechaço às propostas de reforma do sistema previdenciário e das leis trabalhistas.

Ademais, pede-se o fim da violência contra povos indígenas no país e o cumprimento do acordo de paz firmado em 2016 com as Farc (antigas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Nos últimos meses, guerrilheiros dissidentes anunciaram o retorno à luta armada, acusando o governo de violar seus compromissos no tratado de paz.

As manifestações são um desafio para o governo Duque, que enfrenta uma queda na popularidade. Segundo pesquisa do instituto Gallup, a taxa de reprovação ao presidente chegou a 69% em outubro, a pior desde a posse do líder direitista em agosto de 2018.