Protesto no Masp na sexta-feira se junta a greve pelo clima em 150 países
Movimentos ambientalistas convocam um protesto pelo clima em São Paulo nesta sexta-feira (20), a partir das 16h no vão livre do Masp.
A manifestação integra eventos programados em mais de 150 países na Greve Global pelo Clima, movimento inspirado pela ativista sueca Greta Thunberg.
“Somos parte deste movimento global para chamar a atenção da sociedade e dos governantes para a emergência climática”, disse por telefone Ricardo Serra, membro da Coalizão pelo Clima, um dos grupos que convocam o protesto em São Paulo.
Os organizadores do ato exigem que as autoridades brasileiras neutralizem as emissões de carbono até 2030 e reflorestem 12 milhões de hectares até 2025, de acordo com os compromissos assumidos pelo país no Acordo de Paris sobre o clima.
O protesto também é uma resposta às queimadas na Amazônia, que nas últimas semanas intensificaram a pressão internacional contra as políticas ambientais do governo de Jair Bolsonaro.
“Certamente a defesa da Amazônia e das políticas de conservação ambiental é parte da nossa luta”, afirmou Serra, 38, estudante de doutorado na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Além de São Paulo, há atos marcados em outras cidades brasileiras, incluindo Brasília, Rio de Janeiro e Recife (a lista completa de eventos no Brasil e no mundo pode ser acessada aqui).
GREVE GLOBAL
Nos últimos meses, estudantes ao redor do mundo têm se mobilizado para evitar as mudanças climáticas. Os protestos desta sexta-feira buscam repetir o sucesso das manifestações de 15 de março, que reuniram mais de 1,6 milhão de pessoas em 133 países.
A Greve Global pelo Clima se inspira no gesto solitário de Thunberg, 16, que no ano passado passou a faltar às aulas às sextas-feiras para protestar em frente à sede do Parlamento sueco, em Estocolmo. A adolescente está nos Estados Unidos para encontros com congressistas e o ex-presidente Barack Obama.
Na sexta, Thunberg deverá participar do protesto pelo clima em Nova York. A cidade hospedará na semana que vem uma conferência da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre o clima, bem como a cerimônia de abertura da Assembleia Geral do organismo, em que o presidente Bolsonaro deverá discursar perante outros líderes mundiais.
O IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), ligado à ONU, estima que a humanidade tem até 2030 para evitar mudanças irreversíveis no clima. Os principais efeitos de uma catástrofe climática incluiriam secas e ondas de calor recordes, bem como o derretimento acelerados das calotas polares e a elevação dos níveis dos oceanos.