Estudantes britânicos paralisam aulas em protesto por ação climática
Milhares de estudantes do Reino Unido faltaram às aulas nesta sexta-feira (15) e foram às ruas protestar por ações mais efetivas contra o aquecimento global.
Segundo os organizadores do movimento, houve paralisações em mais de 60 cidades do país. Na capital, Londres, mais de mil pessoas se reuniram em frente ao Palácio de Westminster, sede do Parlamento britânico.
“Nós [jovens] muitas vezes nos calamos, mas quando o assunto é mudança climática, nós teremos que pagar pelos erros das gerações passadas”, a estudante londrina Cristina, de 15 anos, declarou à emissora BBC. “Isso me deixa muito assustada.”
Entenda a “greve climática” estudantil no Reino Unido:
1. Movimento começou após protestos de aluna sueca
A paralisação no Reino Unido foi inspirada pela estudante sueca Greta Thunberg, 15, que em setembro passou a faltar às aulas às sextas-feiras para protestar em frente ao Parlamento de seu país.
Ela pede que as autoridades respeitem os compromissos assumidos no Acordo de Paris sobre o clima –o documento, firmado em 2015 por mais de 190 países, estabelece metas de emissão de gás carbônico para frear o aquecimento global.
O protesto solitário de Thunberg deu origem a manifestações estudantis pelo clima em diversos países, incluindo Bélgica, Alemanha e Austrália –e, agora, no Reino Unido.
2. Líder do Acordo de Paris declara apoio ao grupo
Cristina Figueres, então funcionária da ONU (Organização das Nações Unidas) que liderou as negociações do Acordo de Paris, declarou apoio à paralisação climática no Reino Unido.
“Chegou a hora de ouvirmos a voz marcante dos jovens e dos estudantes, que estão tão preocupados com seu futuro que precisam fazer greve para nos fazer prestar atenção”, afirmou Figueres, segundo o jornal The Guardian.
Um relatório da ONU de outubro destacou que a humanidade tem até 2030 para evitar mudanças irreversíveis no clima. Os principais efeitos de uma catástrofe climática incluiriam secas e ondas de calor recordes, bem como o derretimento acelerados das calotas polares e a elevação dos níveis dos oceanos.
3. Na contramão do mundo, Brasil pode enfrentar retrocesso ambiental
Visto por muitos anos como referência ambiental entre os países emergentes, o Brasil pode agora enfrentar diversos retrocessos na área.
O presidente Jair Bolsonaro pretende flexibilizar a emissão de licenças ambientais em benefício do agronegócio e de setores extrativistas.
Durante a campanha, o capitão reformado prometeu retirar o Brasil do Acordo de Paris, mas desde sua posse em janeiro o governo tem dado indicações de que permanecerá no pacto.