Neta de Mussolini ameaça denunciar quem ofender a memória do avô

Não é só no Brasil que tem gente tentando salvar a imagem da ditadura. Na Itália, a neta de Benito Mussolini ameaçou denunciar à polícia quem usar as redes sociais para ofender o líder fascista.

Alessandra Mussolini afirmou na quarta (17) no Twitter que seus advogados estão verificando as redes sociais em busca de “imagens e frases ofensivas” contra a memória de seu avô, e que as mensagens monitoradas serão denunciadas à polícia.

Alessandra é deputada no Parlamento Europeu desde 2014. Atualmente, ela integra o partido Força Itália, do ex-premiê Silvio Berlusconi, mas avalia migrar para a Liga, agremiação ultranacionalista e xenófoba que compõe o governo do país.

A publicação de Alessandra gerou controvérsia. Diversos usuários do Twitter lembraram que o regime de Mussolini deixou milhares de mortos e colaborou com o Holocausto, enviando judeus para os campos de concentração da Alemanha nazista.

“Seu avô foi protagonista de um dos momentos mais sombrios da história italiana, e muitos italianos morreram por causa dele”, respondeu um usuário identificado como Pirro, que se descreve como “antifascista”.

Benito Mussolini assumiu o cargo de primeiro-ministro da Itália em 1922. Três anos mais tarde, implantou a ditadura fascista que lideraria até sua morte por fuzilamento no fim da Segunda Guerra, em 1945.

Na Itália, defender o fascismo é ilegal –assim como, segundo a lei brasileira, é proibido fazer apologia ao crime, incluídos os métodos violentos de repressão de dissenso, como a tortura, empregados pela ditadura militar (1964-1985).