Quais foram os episódios-chave da crise Catalã?
A crise espanhola chegou a um novo ápice nesta sexta-feira (27), com a decisão do Parlamento catalão de formar uma constituinte para declarar sua república. Em resposta, o Senado espanhol aprovou o Artigo 155, que permite a destituição do presidente catalão, Carles Puigdemont.
São episódios de importância à Espanha e à União Europeia, mas os detalhes são algo difíceis de digerir, entre debates constitucionais e notícias falsas. Se você estiver despistado, caro leitor, não se preocupe: este Mundialíssimo blog lista abaixo os cinco principais episódios dessa crise.
O PLEBISCITO DE 1º DE OUTUBRO
Catalães votaram em um plebiscito separatista em 1º de outubro, chegando a 90% dos votos no “sim”. Mas apenas 43% do eleitorado participou dessa consulta, ou seja, menos de metade. O Tribunal Constitucional espanhol considerou que o voto era ilegal e, portanto, sem nenhum valor.
A DECLARAÇÃO DE INDEPENDÊNCIA (E SUA SUSPENSÃO)
Um dos episódios já clássicos da crise. O presidente catalão, Carles Puigdemont, compareceu ao Parlamento regional em 10 de outubro e declarou a independência do território. Em seguida, suspendeu os efeitos de sua proclamação e, por fim, assinou um documento pedindo a separação.
A TROCA DE CARTAS
Tamanha foi a dúvida em relação às consequências do discurso de Puigdemont em 10 de outubro que o premiê espanhol, Mariano Rajoy, lhe exigiu no dia seguinte uma resposta: você declarou ou não a independência? Os dois líderes trocaram cartas durante a semana, sem chegar a um acordo.
A EVOCAÇÃO DO ARTIGO 155
O governo espanhol decidiu em 21 de outubro acionar o Artigo 155 da Constituição, que permite uma intervenção pontual na Catalunha, removendo Puigdemont do poder e antecipando as eleições.
A RECUSA EM CONVOCAR ELEIÇÕES
Desde a manhã de 26 de outubro circulavam os rumores de que Puigdemont anteciparia as eleições. Alguns veículos, como a agência americana AP, chegaram a noticiar o pleito. O presidente catalão atrasou o discurso, depois o cancelou, e por fim compareceu ao Parlamento: não convocou eleições.