O que afinal é a cúpula do G20, da qual o presidente Michel Temer participa na Alemanha?

O presidente brasileiro, Michel Temer, participa nesta sexta-feira (7) da cúpula do G20. A Folha está acompanhando o evento, que reúne as principais economias do mundo em Hamburgo. Ao pousar na cidade portuária alemã durante a madrugada, o presidente insistiu em que “crise econômica no Brasil não existe”. “Pode levantar os dados e você verá que estamos crescendo.”

Mas você talvez não se saiba o que é a cúpula do G20 e o que ela significa para o comércio e para as relações internacionais — informações essenciais para seguir nossa cobertura (inclusive no Twitter, @DiogoBercito). Segure nas mãos deste Mundialíssimo blog e leia a resposta para suas dúvidas.

O QUE É O G20?
É a reunião das 20 principais economias do mundo. Esses países se reúnem periodicamente desde 2008. Eles representam mais de 80% do PIB mundial, 75% do comércio global e 66% da população

MAS… QUEM É MEMBRO?
São 19 países somados à União Europeia — daí o nome, G20. Que países? Estes: Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Coreia do Sul, Turquia, Reino Unido, EUA. A Espanha participa como convidado permanente. A Alemanha convidou para este ano a Noruega, a Holanda e Singapura.
 
SÓ PAÍSES SE REÚNEM?
Além dos líderes dos países e da UE, a cúpula do G20 reúne membros de entidades como o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial, a Organização Mundial do Comércio e a ONU.
 
COMO FUNCIONA?
É uma cúpula, e não uma organização internacional. Assim, as decisões do G20 não têm impacto legal. Tampouco há um conselho administrativo ou delegação permanente. Mas as discussões servem de norte para negociações durante o ano, e tem caráter simbólico. A cúpula será encerrada na tarde de sábado com uma declaração conjunta dos países que estão presentes.
 
QUAL SERÁ O TEMA PRINCIPAL DESTE ANO?
Por vocação, o G20 se concentra em temas como crescimento global e comércio. Um dos principais temas de Hamburgo será a mudança climática — em especial, o Acordo de Paris, do qual o presidente americano, Donald Trump, quer sair. Há também disputas comerciais, como o protecionismo americano em relação à importação de aço chinês. O Brasil se preocupa em ser uma “vítima de bala perdida” nesse embate. Somos o segundo maior exportador de aço aos EUA.
 
TODO O MUNDO ESTÁ CONTENTE COM A CÚPULA?
Não, né. Há dias manifestantes tomam as ruas para protestar contra a presença de líderes divisivos como o americano Donald Trump, o turco Recep Tayyip Erdogan e o russo Vladimir Putin. A marcha “Bem-Vindos ao Inferno”, na sexta-feira, reuniu 10 mil pessoas. As autoridades estimam que 100 mil pessoas devem protestar até o fim do evento, protegido por 20 mil policiais.