7 perguntas sobre o ataque americano à Síria

Os Estados Unidos bombardearam a Síria nesta sexta-feira (7) pela primeira vez desde o início da guerra civil, em março de 2011. A decisão, tomada pelo presidente Donald Trump, é um sério desenvolvimento desse conflito. Líderes internacionais observam, agora, quais serão os próximos passos de uma administração que ainda não conhecem bem –e que já lhes surpreendeu.

Vocês não precisam se acanhar se estiverem confusos. Não é um cenário simples. Por isso mesmo este Mundialíssimo blog responde aqui a sete perguntas sobre o ataque e suas consequências. Para quem quiser saber ainda mais — há informações no site Vox.com e na rede britânica BBC.

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O QUE ACONTECEU EXATAMENTE? ME DÊ OS DETALHES.
Os EUA  dispararam 59 mísseis Tomahawk a partir dos destróieres USS Porter e USS Ross, no mar Mediterrâneo. O bombardeio, às 4h40 locais (22h40 em Brasília)  atingiu a base aérea de Shayrat, na cidade de Homs. Aeronaves e estoques foram destruídos. A agência estatal síria Sana informou que nove civis morreram, incluindo quatro crianças — as cifras ainda não são confiáveis.

MAS POR QUÊ?
O bombardeio foi ordenado pelo presidente americano, Donald Trump, em resposta a um suposto ataque químico do regime sírio à cidade de Khan Sheikhun na terça-feira (4) — segundo o Ministério da Saúde turco, a arma utilizada foi o gás sarin. Ao menos 80 pessoas morreram. Os EUA afirmaram, dessa maneira, que sua resposta foi “proporcional” ao crime cometido pela Síria.

OUVI DIZER QUE É O COMEÇO DA 3ª GUERRA MUNDIAL… É MESMO?
Não. Os Estados Unidos indicam, por enquanto, que o bombardeio foi uma resposta pontual a uma crise específica. Não parece haver interesse em lançar uma campanha militar para derrubar Bashar al-Assad, que governa a Síria desde 2000. O regime sírio tampouco está interessado em agravar essa crise, já que mais ataques significariam a sua ruína, em meio à fragilidade do Estado.

MAS ENTÃO QUAL É A GRAVIDADE DE TUDO ISSO?
Um dos problemas é que a Rússia é a principal aliada do regime sírio. Sua única base naval no Mediterrâneo está na cidade de Tartus. O bombardeio americano esbarra, assim, nos interesses de Moscou, com que antagoniza. Por isso foi tão importante que os EUA tenham notificado a Rússia com horas de antecedência. Teria sido catastrófico destruir aviões russos ali.

PARECE GRAVE. COMO A RÚSSIA REAGIU?
Não muito bem. O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que o ataque americano foi uma “agressão contra um Estado soberano em violação das normas da lei internacional”. Já o porta-voz do governo russo, Dmitri Peskov, disse que o bombardeio foi justificado com um “pretexto inventado”, segundo a agência de notícias estatal Sputnik. Haverá bastante ruído nos próximos dias.

E O RESTO DO MUNDO? ESTÁ DE ACORDO?
Aliados dos EUA demonstraram seu apoio durante a sexta-feira. A França e a Alemanha, por exemplo, responsabilizaram o regime sírio pela crise. Israel, que tem fronteira com a Síria, disse que essa é uma mensagem ao Irã e à Coreia do Norte — não cruzem mais as linhas vermelhas.

O QUE OS EUA FIZERAM É PERMITIDO?
É uma pergunta complicada. Os EUA questionam a legitimidade do regime sírio — Bashar al-Assad está no poder desde 2000, substituindo seu próprio pai. A Síria, ademais, teria cometido um crime de guerra, o que pode ser utilizado como legitimação ao ataque americano. Mas a Síria é um Estado soberano, e esse debate será bastante polêmico nas Nações Unidas.