4 mapas que explicam a migração aos EUA

Diogo Bercito

As primeiras semanas do governo de Donald Trump, nos Estados Unidos, foram marcadas pelo recrudescimento à migração e pelo veto à entrada de cidadãos vindos de países muçulmanos. Como relatou a correspondente Isabel Fleck, entre as decisões mais polêmicas tomadas pelo republicano está a de autorizar a deportação “expressa” para imigrantes ilegais que não consigam comprovar que vivem no país de maneira contínua por ao menos dois anos. As novas regras preocupam brasileiros que moram nos EUA — cerca de 1,4 milhão de pessoas, segundo o Itamaraty.

A rigidez dessas normas contrasta com a imagem tida dos EUA como um país formado por migrantes em busca de liberdade e de novas oportunidades. Uma imagem, aliás, repleta de contradições, como a vinda forçada de milhões de escravos e a restrição à entrada de raças consideradas inferiores em determinados momentos. O site Vox.com reuniu nesta semana 37 mapas detalhados que explicam essa história. O Mundialíssimo escolheu quatro deles:

 

OS IMIGRANTES VIERAM DE TODO O MUNDO
Um projeto do Migration Policy Institute mapeia a população de imigrantes e emigrantes por país a partir de dados do governo americano. Ao selecionar os Estados Unidos, é possível constatar que o país recebeu pessoas de todo o mundo — a globalização da migração ao país foi intensificada a partir de 1965, com a substituição das cotas então vigentes, que privilegiavam migrantes europeus.

Origem de imigrantes nos EUA. Crédito Migration Policy Institute

 

OS EUA TÊM MAIS IMIGRANTES DO QUE OUTROS PAÍSES
Um relatório de 2013 da ONU estimou que 19,8% dos imigrantes internacionais vivem nos EUA. O mapa abaixo, do Worldmapper, distorce a representação a partir de quantos imigrantes moram em cada país — quanto mais inflado, maior o número. A imagem pode ser contrastada com este outro mapa distorcido a partir da população total.

Mapa distorcido a partir da população de imigrantes. Crédito Worldmapper

 

MEXICANOS NEM SEMPRE FORAM OS PRINCIPAIS IMIGRANTES
As políticas migratórias dos Estados Unidos privilegiavam, entre a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e 1965, imigrantes brancos, congelando a demografia do país. Alemães eram, portanto, os principais imigrantes no país até a década de 1960, quando passaram a ser substituídos por mexicanos. A tendência está evidente nestes dois mapas:

Origem de imigrantes nos EUA. Crédito Pew Research Center