Como aconteceu após outros tiroteios nos EUA, o massacre do dia 12 em Orlando –em que um terrorista matou 49 pessoas– trouxe de volta ao debate público americano a questão do porte de armas naquele país. Na segunda-feira (20), por exemplo, a Suprema Corte recusou um pedido que questionava a proibição do uso de armas semiautomáticas nos Estados de Connecticut e Nova York.

O site americano Vox.com publicou há alguns dias um mapa “que coloca a epidemia de armas nos EUA em perspectiva”. Os dados haviam sido compilados em 2012 pelo jornal britânico “Guardian”. É possível fazer o download da base de dados clicando aqui, ou acessar o mapa interativo aqui.

Os números mostram que os EUA são o campeão incontestável no quesito armas por pessoas. Há ali 88,8 armas para cada 100 habitantes. No segundo colocado, o Iêmen, são 54,8 armas para cada 100 habitantes. O Iêmen vive, desde as revoltas de 2011, um ciclo de violência que recentemente culminou em um conflito internacional de proporções catastróficas.

É importante ressaltar, porém, que a relação entre posse de arma e homicídios não é direta. Os EUA têm 12 vezes mais armas por pessoa do que Honduras, mas a taxa de homicídios causados por armas nos EUA a cada 100 mil habitantes é 1/22 do número hondurenho. “Armas fazem o assassinato mais fácil, mas a instabilidade interna ou um governo débil, ou especialmente uma história recente de conflito interno, podem contribuir também”, diz o site Vox.com.

Um estudo recente de Harvard analisa a correlação entre armas e homicídios, para quem estiver interessado no tema –a conclusão, em resumo, é que “em países desenvolvidos onde armas estão mais disponíveis há mais homicídios”.

Segundo os dados compilados pelo “Guardian”, há no Brasil 8 armas a cada 100 habitantes, mas há registro de 18 homicídios causados por armas a cada 100 mil habitantes.