Quem é o mulá Haibatullah Akhundzada, o novo líder do Taleban?
Após a morte do mulá Akhtar Mansur, no sábado (21), o Taleban tinha diante de si duas escolhas óbvias para seu próximo líder. Essa organização terrorista preferiu, no entanto, uma terceira via. Na quarta-feira (25), anunciou a liderança do mulá Haibatullah Akhundzada, 55.
Assim, o cenário geopolítico no Paquistão…
Calma! Posso fazer uma pergunta antes de você escrever um textão?
Claro. Qual é a dúvida?
Ahn… Mulá Mansur? Eu achava que o líder do Taleban fosse o mulá Omar…
Sim. Mas o mulá Omar, famoso por ter abrigado Osama Bin Laden e militantes da Al Qaeda, foi morto em 2013. Sua morte só foi anunciada em 2015. Desde então a organização terrorista vinha sendo liderada pelo mulá Mansur.
Entendi. Obrigado. Então agora o líder é esse tal de Haibatullah Akhundzada. Quem é ele?
Estávamos chegando a este ponto. Segundo o jornal “Daily Beast”, Akhundzada é um militante conservador que lutou contra as forças russas nos anos 1980 e uniu-se ao Taleban em 1994 sob a liderança do mulá Omar com o objetivo de unificar o país em um regime baseado na lei islâmica. O diário se refere a ele como “sádico” e “cruel”. Akhundzada foi o responsável por uma série de julgamentos e sentenças de execução.
Esperava-se que o Taleban elegesse ou Sirajuddin Haqqani, líder insurgente, ou o mulá Muhammad Yacub, filho do mulá Omar.
Então por que não escolheram eles, ué?
Segundo o jornal americano “New York Times”, ambos tinham desvantagens para a liderança. Acredita-se que Yacub tenha menos de 25 anos de idade e pouca experiência. Haqqani é considerado demasiado próximo do Exército do Paquistão. Akhundzada, por sua vez, tem a vantagem de ser visto como um líder religioso e uma figura capaz de unificar essa organização terrorista em um momento-chave de sua história —no último ano, o Taleban realizou uma série de ataques violentos, e perdeu dois de seus líderes em ataques americanos.
A nova liderança do Taleban pode levar à paz?
É pouco provável. Segundo uma análise publicada pelo “Long War Journal”, não há nenhuma indicação de que Akhundzada tenha planos de alterar a estratégia atual de não negociar com o governo afegão.