Que mentiras são contadas na Europa sobre refugiados?

Diogo Bercito

Centenas de milhares de refugiados chegaram à Europa no último ano,  a maior parte deles fugindo do conflito sírio, onde quase meio milhão de pessoas morreram desde 2011. Em diversos lugares, eles foram acolhidos com algum carinho –a Prefeitura de Madri, por exemplo, pendurou uma faixa lhes dando as boas-vindas.

Mas a chegada dessa multidão também levou a um surto de notícias negativas. Refugiados urinando em lojas. Roubando. Estuprando. Meios de comunicação foram rápidos em tentar relacionar atentados terroristas à presença de refugiados na Europa, estabelecendo um elo direto entre a entrada de sírios no bloco europeu e o risco à segurança de seus cidadãos.

Diversas dessas notícias, no entanto, eram falsas. Com isso em mente, uma dupla alemã criou um mapa compilando incidentes erroneamente relacionados com refugiados. As informações, distribuídas entre as cidades da região, dão uma ideia da extensão do problema. São 234 eventos mapeados. O site está em alemão, mas atualmente planeja incluir outras línguas.

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Refugiados na Hungria. Crédito Reuters

O jornal americano “Washington Post” conversou com os criadores do projeto. Um dos temas recorrentes, diz o diário, é a ideia de que lojas foram fechadas na Europa após repetidos saques cometidos por refugiados. É possível colaborar com o mapa, indicando falsas informações em circulação –por exemplo, a imagem viral de um refugiado com uma bandeira do Estado Islâmico.