DJ transforma milhões de refugiados em música

Diogo Bercito
Cena do projeto de Brian Foo sobre refugiados. Crédito Reprodução
Cena do projeto de Brian Foo sobre refugiados. Crédito Reprodução

O jornal americano “Washington Post” publicou uma interessante sugestão a quem se interessa por a) música e b) questões humanitárias. Não, não se trata do “We Are the World” do Michael Jackson. É um projeto de Brian Foo, um DJ que se inspira em dados para compôr suas canções.

Foo aproveitou quatro décadas de informações das Nações Unidas sobre refugiados, entre 1975 e 2012, e criou um algorítimo que permite a visualização desses números em formato sonoro.

Ao “Washington Post”, Foo afirmou que “a música tem a capacidade de expressar e comunicar emoção e gerar empatia, o que é difícil de fazer apenas com a visualização [dos dados]”. “O resultado desejado é que os ouvintes experimentem intuitivamente e visceralmente o volume de populações deslocadas e a distância que viajaram desde seus países-natais.”

A canção foi organizada segundo algumas regras, a partir dos dados da ONU. Por exemplo, cada ano corresponde a quatro segundos de música. A quantidade de instrumentos varia de acordo com o volume agregado de migração (quanto maior, mais instrumentos). A distância das viagens determina a duração e a altura dos sons (grandes distâncias viram sons longos e graves).

Vocês podem avaliar o resultado clicando aqui para ver o vídeo ou aqui para ouvir a música no Soundcloud. Há outros projetos interativos baseados nos movimentos globais de refugiados, como este mapa do The Refugee Project. Foo tem também uma música criada a partir da qualidade do ar na China.