Quanto custa o conflito entre palestinos e Israel?
Antes de mais nada, este é um post sobre o custo econômico do conflito entre palestinos e israelenses. Ou seja, não envolve todo o restante do dano causado por décadas de atrito, como o psicológico — atestado, por exemplo, em crianças traumatizadas tanto em Gaza quanto na região sul de Israel. Suspeito que esse custo é incalculável.
Dito isso: o think-tank Rand Corporation publicou na segunda-feira (8) um estudo sobre qual seria a economia trazida pela paz entre Israel e um Estado palestino. De acordo com a pesquisa, seriam US$ 173 bilhões (R$ 540 bi) em dez anos, US$ 123 bi deles em Israel e US$ 50 bi na Palestina.
O estudo analisou cinco cenários possíveis: solução com dois Estados, retirada coordenada, retirada sem coordenação, resistência não violenta e levantamento violento. Os custos foram comparados com a estimativa para 2024, com base na situação atual e nos gastos com segurança.
De acordo com o Rand Corporation, o melhor cenário — esse da economia de US$ 173 bi — é a solução de dois Estados, com a criação de uma Palestina desmilitarizada. Apesar de o ganho israelense previsto ser maior, de US$ 123 bi, os palestinos teriam uma vantagem proporcional, com sua renda média per capita crescendo 36%. A renda média per capita israelense cresceria 5%, comparando os cenários para 2024.
Por outro lado, um retorno à violência — como a guerra do ano passado, em Gaza — faria recuar o PIB per capita palestino em 46% e o israelense em 10%.
O melhor cenário previsto pelo estudo, com dois Estados vivendo lado a lado, tem como base propostas de paz a partir das fronteiras de 1967, incluindo a troca de territórios para manter a maior parte dos assentamentos judaicos dentro de Israel.
Essa solução depende, é claro, de um sem-número de outros fatores, e o think-tank deixa claro não ter nenhuma previsão das chances de que qualquer um desses cenários se torne realidade. O futuro dependerá, como nota o jornal americano “Washington Post“, da interação entre esses dois Estados, e o premiê israelense Binyamin Netanyahu já deixou claro não acreditar em uma futura Palestina pacífica.