5 descobertas arqueológicas de 2014

Diogo Bercito

Passei a última hora deste dia editando fotografias e ilustrações sobre os aviões que caíram em 2014. Com a queda de mais uma aeronave, nesta semana, o assunto me parecia urgente. Mas agora me soa como uma nota triste para encerrar um ano que — apesar do que dizem as atualizações de status no Facebook — não foi tão ruim assim.

O jornal israelense “Haaretz”, por outro lado, fez a lista das descobertas arqueológicas mais intrigantes de 2014. Mais apropriado para virarmos o mês pensando em tabletas, ruínas moedas, e não em aviões, atentados e guerras. O texto original cita uma descoberta por mês, mas vou resumir os achados em cinco. Lá vai:

1) A arca de Noé era arredondada

O British Museum passou a exibir uma tableta de 4.000 anos encontrada na Mesopotâmia descrevendo uma arca redonda, e não em forma de navio, como é geralmente retratada a arca de Noé. O texto não se refere à história bíblica, já que é anterior ao livro, mas a uma lenda anterior envolvendo o rei Atrahasis e o deus Enki. A tradição suméria, vale lembrar, influenciou a Bíblia.

2) Cinzel de 2.000 anos encontrado

Arqueólogos encontraram um cinzel de 2.000 anos na base do Muro das Lamentações, em Jerusalém, provavelmente um instrumento utilizado na construção do monumento. O artefato tem 15 centímetros e foi descrito por Eli Shukron, que também afirma ter descoberto o local exato da cidadela do rei Davi.

3) Artefatos sumérios em cima do armário

Se estivessem perdidos dentro do armário, seria melhor para o título (“cientistas tiram artefatos do armário”). A realidade é um pouco mais insossa, mas ainda assim interessante: pesquisadores descobriram em cima do armário, em Bristol, uma caixa com objetos escavados pelo arqueólogo Leonard Woolley na cidade suméria de Ur. Os badulaques têm cerca de 4.500 anos, incluindo cerâmica e ossos de animais. Ninguém sabe como a caixa foi parar em Bristol.

4) Neandertais também eram sensíveis

É controverso, avisa o “Haaretz”. Mas cientistas encontraram em Gibraltar sulcos cavados em pedras que, dizem, não poderiam ocorrer naturalmente. As intervenções foram associadas com homens neandertais, o que poderia significar que eles teriam capacidade para se expressar de maneira abstrata.

5) O azeite de oliva mais velho do mundo

Azeite de oliva de 8.000 anos foi encontrado nas colinas do Golã, durante os trabalhos de ampliação de uma rua. É o mais antigo já encontrado no mundo. O sítio arqueológico, em Ein Zippori, inclui também ossos de animais e desenhos em pedras. Acadêmicos podem checar o estudo publicado.