Do que o mundo tem medo?
O instituto de pesquisas Pew publicou, recentemente, um estudo sobre quais são os fatores que causam mais temor ao redor do planeta. O levantamento foi feito a partir da pergunta “qual desses itens oferece maior risco ao mundo?”. A versão resumida (clique aqui para ler) nota as tendências regionais, por exemplo, ao mostrar que as tensões raciais ou étnicas são a principal preocupação no Oriente Médio. Abaixo, em porcentagem:
O que, é claro, reflete a conjuntura regional –castigada por uma série de conflitos dessa sorte, incluindo o embate contemporâneo entre sunitas e xiitas em países como Síria e Iraque. Também interessante é olharmos para o gráfico a respeito da América Latina:
Nessa, o temor de armas nucleares supera as outras categorias, seguido quase empatado pelo medo da poluição. Aproveitando o estudo, disponível na íntegra aqui, eu montei alguns outros gráficos para responder às seguintes dúvidas que alguns dos mundialíssimos leitores possam ter. Por exemplo:
Do que o Brasil tem medo?
Armas nucleares. Ódio étnico, desigualdade e aids aparecem quase empatados em seguida. O que parece importar menos, mesmo com as notícias da devastação amazônica, é a poluição e as demais questões de ambiente.
Uau. O Brasil é o país que tem mais medo de armas nucleares?
Não. Esse é o Japão, onde bombas destruíram as cidades de Hiroshima e Nagasaki no final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e, mais recentemente, um desastre nuclear afetou a usina de Fukushima em 2011.
Onde é mais forte o medo de tensões raciais ou étnicas?
No Líbano, que viu uma violenta guerra civil entre 1975 e 1990. Ainda é forte, ali, o atrito entre sunitas, xiitas e cristãos, pelo que não surpreende que a tensão racial ou étnica seja a maior preocupação entre seus habitantes.
Que país se preocupa mais com a desigualdade?
A Espanha –cenário das manifestações de “indignados”, após a crise financeira mundial, e onde até hoje mais de metade dos jovens (abaixo de 25 anos) estão desempregados.
Onde a Aids causa mais temor?
Uganda. A princípio, o número pode parecer estranho, já que a prevalência do vírus em adultos é de 7,2% no país, enquanto na África do Sul são 17,9%. Mas Uganda é um dos países em que a epidemia voltou a crescer, e 62 mil pessoas morreram de Aids no país em 2011.